A indústria de Petróleo e Gás Natural desempenha papel importante na matriz energética e na economia brasileira. Essa é uma das conclusões de um estudo publicado pela Empresa de Pesquisa Energética sobre o papel desse segmento em um contexto de transição energética.

Segundo a EPE, essa indústria é ainda crucial para enfrentar os desafios climáticos globais e alcançar os compromissos estabelecidos no Acordo de Paris. Por isso, avalia que é importante engajar a sociedade e a indústria no que chama de “um diálogo aberto e transparente” acerca das estratégias e políticas mais adequadas para promover a transição de forma justa, inclusiva e equilibrada.

Entre os pontos destacados pela EPE está o fator econômico. A exploração e desenvolvimento dos recursos não descobertos no país permitiria destravar investimentos de cerca de R$ 5 trilhões entre 2031 e 2050. A interrupção dos investimentos em E&P no Brasil pode significar perdas de arrecadação da ordem de R$ 4 trilhões, sem considerar as perdas decorrentes dos impactos na Balança Comercial e demais efeitos macroeconômicos.

Pelo lado ambiental, a estimativa é de que deixar de produzir petróleo não implicaria na redução drástica das emissões nacionais, uma vez que o consumo interno de derivados continuaria a existir, e a demanda nacional de derivados de petróleo apresenta um perfil de crescimento até 2050.

Outro dado apontado pela EPE para sustentar seus argumentos é de que as emissões de E&P equivalem a 1% do total do Brasil. “Ainda assim, há potencial de reduzir ainda mais a intensidade de emissões do setor para reduzir essa contribuição.”

Lembrou ainda que ao passo que os investimentos aumentam, a relação com o avanço de novas tecnologias, como o H2 Verde, também segue essa mesma curva com uma correlação forte entre os dois temas. Em função de termos que impõem essa condição em contratos de concessão. Os investimentos publicamente orientados decorrentes da cláusula de PD&I desses acordos já são responsáveis cerca de R$ 1 bilhão anuais em aportes em tecnologias alinhadas à transição energética. Atualmente, diz o planejador, há 207 projetos em andamento sobre energia solar, hidrogênio, energia eólica, captura e armazenagem de carbono, modelagem e prevenção de impactos ambientais derivados dos contratos da indústria de óleo e gás.

O estudo foi realizado a pedido do Ministério de Minas e Energia. O objetivo é o de entender o papel da indústria de óleo e gás neste processo. O caderno sumário deste estudo foi apresentado no Seminário “Transição Energética Justa, Inclusiva e Equilibrada: Caminhos para o setor de O&G viabilizar a nova economia verde”, realizado pelo MME em parceria com a própria EPE, a PPSA e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.