O Rio Grande do Sul chega à noite dessa terça-feira, 7 de maio, com pelo menos 451 mil pontos sem energia elétrica. São 233 mil clientes sem luz na área da RGE, 7,6% do total da concessão, 203 mil na CEEE Equatorial e mais 15 mil entre as cooperativas Certel e Certaja. Em Porto Alegre, a contabilização é de 138 mil unidades no escuro. Quando o dia começou eram 467 mil consumidores afetados. A maioria está desligada por questões de segurança ou com impedimento de acesso. Entre os casos estão localidades em que estão sendo feito resgates, visando evitar choques elétricos.

Segundo o boletim da RGE, as inundações impactaram 336 municípios, dos quais 276 estão na área da distribuidora. No pior momento foram 72 cidades totalmente interrompidas, e agora 56 religadas, enquanto 13 municípios estão totalmente desligados e oito parcialmente em solicitação das autoridades.

As regiões mais afetadas no momento são a Metropolitana e os Vales do Taquari, Sinos e do Rio Pardo. Entre as cidades desligadas e com redes sendo reconstruídas estão Bom Retiro do Sul, Boqueirão do Leão, Capitão, Colinas, Coqueiro Baixo, Doutor Ricardo, Estrela, General Câmara, Gramado Xavier, Imigrante, Muçum, Relvado e Rio Pardo.

Já as parcialmente impactadas são Arroio do Meio, Canoas, Cruzeiro do Sul, Nova Santa Rita, Roca Sales, São Leopoldo, Novo Hamburgo e São Sebastião do Caí. Foram restabelecidas as cidades de Fazenda Vila Nova, Paverama, Putinga, Roca Sales, Santa Tereza e União da Serra (podendo haver situações pontuais de interrupção). Foi informado também que o hospital de Roca Sales teve a energia restabelecida.

Níveis de água estão demorando a baixar e estado tem previsão de novo ciclone nos próximos dias (Agência EBC)

Bloqueios em estradas e áreas alagadas dificultam trabalhos

A companhia informou ainda que segue mobilizada com quase 6 mil colaboradores, incluindo eletricistas, técnicos, engenheiros, TI e todas as áreas de suporte corporativo. Os principais desafios são bloqueios de estradas estaduais e federais (154 em toda a concessão) que impedem o tráfego de veículos leves e pesados, como caminhões de grande porte carregados com postes, transformadores e outros equipamentos.

E também as áreas alagadas, onde não se sabe exatamente a dimensão dos danos e não há como religar a energia por segurança. A empresa reforça que segue atuando no mapeamento das áreas atingidas com apoio do Exército e da Defesa Civil estadual e municipais para realizar vistoria das redes. Para isso, também conta com auxílio do helicóptero cedido pela Cemig.

Nos outros segmentos do setor elétrico o panorama é o mesmo de ontem, informado pelo ONS. Além de 30 linhas de transmissão desarmadas, encontram-se desligadas cinco hidrelétricas e oito transformadores. Os níveis de alarme das barragens também, principalmente o de emergência para a UHE 14 de Julho e a Salto Forqueta.

Até agora a maior catástrofe climática no RS provocou 95 mortes, 131 desaparecidos e mais 159 mil pessoas desalojadas. O interior do estado sofreu mais efeitos diretos, como a destruição de casas inteiras, e o maior aeroporto da região Sul está fechado até segunda ordem. Na capital gaúcha, os relatos são de caos com o desabastecimento de itens em supermercados, falta d’água, além de saques e roubos a residências e embarcações voluntárias que buscam salvar vidas. Pra completar o quadro, jacarés nadam pelas ruas alagadas e o prefeito sugeriu que a população vá para o litoral.