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O setor de data centers está experimentando uma expansão significativa tanto globalmente quanto no Brasil. No cenário mundial, a demanda por energia para esses centros de dados deve mais que dobrar, saltando de 460 TWh em 2022 para mais de 1.000 TWh até 2027, conforme estimativas da Agência Internacional de Energia (IEA). No Brasil, o crescimento também é notável, atualmente, o país possui cerca de 560 MW de capacidade instalada para data centers, e a Clean Energy Latin America (CELA) mapeou a contratação de mais 330 MW médios nos últimos dois anos, com projetos em construção para atender a essa crescente demanda por energia.

Durante o 4º encontro nacional da Absolar, realizado nesta quarta-feira, 11 de dezembro, a conselheira Camila Ramos falou sobre o foco particular em como a inteligência artificial (IA), os data centers e o hidrogênio verde estão moldando novas demandas para a energia solar fotovoltaica e destacou a crescente importância dessas tecnologias para o setor.

Camila ressaltou o crescimento da energia solar no Brasil, com a previsão de que o país ultrapasse os 51 GW de capacidade instalada em 2024. Esse crescimento, de acordo com ela, tem sido impulsionado principalmente pela geração distribuída (GD), que representará 64% da capacidade instalada em 2024, e pela geração centralizada, que também apresenta crescimento significativo, especialmente com a abertura do mercado livre de energia. “O modelo de autoprodução tem sido essencial para viabilizar projetos de grande escala, como os data centers e iniciativas de hidrogênio verde”, comentou.

De acordo com as projeções da Absolar, o Brasil deverá atingir 64,7 GW de capacidade instalada até o final de 2025, consolidando a energia solar como um dos maiores pilares da matriz elétrica brasileira. O impacto da geração distribuída e centralizada será fundamental para esse crescimento, mas a demanda por energia também será moldada por novas fronteiras tecnológicas, como a inteligência artificial e os data centers.

O crescimento dos data centers e o papel da inteligência artificial

Camila Ramos destacou o papel crescente dos data centers no aumento da demanda por energia renovável. O aumento da utilização de ferramentas de inteligência artificial, como o ChatGPT, tem sido um dos motores desse crescimento. Ela afirmou que cada busca feita por IA consome até dez vezes mais energia que uma busca convencional na internet. “A IA está transformando a demanda por energia, e as projeções indicam que, em apenas cinco anos, o consumo de energia por data centers no mundo pode mais do que dobrar”.

No Brasil, a demanda por energia para data centers também está em ascensão, com cerca de 560 MW de capacidade instalada atualmente. No entanto, especialistas projetam que, nos próximos anos, o país precisará de até 1,7 GW para atender ao crescimento deste setor. O mercado de contratos de compra de energia (PPAs) está acompanhando esse aumento, com 11 PPAs já assinados nos últimos dois anos, totalizando 330 MW de energia renovável para data centers.

Oportunidades

Camila destacou que o Brasil tem uma grande oportunidade de se tornar um player importante não apenas no fornecimento de energia para a demanda doméstica, mas também para o mercado internacional de inteligência artificial. “A geração de energia renovável abundante e competitiva no país, especialmente a solar e a eólica, coloca o Brasil em uma posição estratégica para atender à crescente demanda de data centers e IA globalmente”, disse.

Entretanto, para aproveitar essa oportunidade, o Brasil precisa enfrentar desafios regulatórios, como a soberania de dados e questões tributárias. Camila ainda destacou que a infraestrutura e a competitividade precisam ser aprimoradas para que o Brasil possa exportar sua energia renovável e atrair mais investimentos para o setor.

Hidrogênio verde

Outro ponto importante do painel foi o hidrogênio verde, uma solução estratégica para descarbonizar setores onde a eletrificação ainda não é viável, como na indústria do aço, na produção de fertilizantes e até mesmo na aviação. O Brasil, com seu enorme potencial de energia renovável, tem a chance de se tornar um líder na produção de hidrogênio verde, utilizando fontes solares, eólicas e hidrelétricas para reduzir as emissões de carbono de setores industriais-chave.

Camila Ramos destacou que o Brasil já está avançando nesse setor com a criação de um marco legal para o hidrogênio de baixo carbono e projetos de grande escala em andamento, como o programa de incentivo ao hidrogênio, que já conta com 39 projetos anunciados. O investimento de R$ 2,8 bilhões é um exemplo claro do potencial do hidrogênio verde para transformar a economia brasileira e impulsionar o crescimento sustentável.

A executiva concluiu o painel enfatizando que a combinação de energia renovável, inteligência artificial e novas tecnologias como os data centers e o hidrogênio verde será fundamental para o futuro do setor energético global. “Com o crescimento da demanda por energia renovável, o Brasil tem a oportunidade de liderar a transição energética mundial, não apenas atendendo à sua própria demanda interna, mas também exportando soluções e energia limpa para o mundo”, disse.

Vale destacar que esses temas, que estão na vanguarda da inovação tecnológica e da sustentabilidade, mostram o potencial imenso do setor solar fotovoltaico e como ele pode contribuir para um futuro mais verde, inteligente e conectado.

 

Contratos de renovável para data centers no Brasil somam 330 MWm, aponta CELA