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A Axial é uma fabricante espanhola de trackers que atracou no Brasil há três anos. Desde então, a companhia vem se dedicando a fornecer um modelo de equipamento ao mercado nacional na geração distribuída. Atualmente, a subsidiária local contabiliza cerca de 500 MW em projetos entregues e está em um processo para acelerar sua presença no país de olho em disputar o mercado de geração centralizada.
Para isso, a empresa, com sede em Valência, trouxe ao país Ronald Carias Esteban para assumir a função de diretor geral. Ele conta que está há 3 meses no país e foi o escalado para tocar a reestruturação das atividades da companhia no Brasil, que, segundo ele, já representa o segundo maior mercado da empresa em termos globais, apesar de os Estados Unidos estarem próximos e ser um país onde a empresa ainda está iniciando suas atividades.
“Estamos fortalecendo as três áreas do negócio. A parte financeira, com modernização, com a implementação de um ERP, onde temos tudo centralizado com Espanha. A parte financeira, a parte comercial, bem, com um diretor comercial que temos desde dezembro”, relata o executivo.
O Brasil recebe uma atenção especial da Axial em função de seu potencial solar. A meta da companhia por aqui, diz Esteban, em seu escritório localizado na Vila Olímpia, na cidade de São Paulo, é o de conseguir pelo menos um contrato com geradores centralizados em 2025. Esse objetivo é apontado por ele como viável ante o volume de concorrências e propostas em que estão participando.
Ele diz que, naturalmente, assim que fecharem seu primeiro contrato para o fornecimento à geração centralizada, esse segmento tem o potencial de liderar o faturamento da companhia por aqui. O mínimo que a Axial coloca como seu breakeven é na faixa de 150 MW por ano, volume que vem sendo efetivado desde que chegou ao país.
Esse volume é todo do modelo classificado como 1B de uma ou duas fileiras. Esteban explica que a razão pela qual entraram no mercado brasileiro com apenas um produto de toda a gama é porque esta era a demanda do mercado no qual atuam, notadamente no oeste do estado de São Paulo e no Nordeste do país.
Hoje os produtos apresentam um mix, sendo a parte de alumínio fabricadas internamente e a parte eletrônica importada da China ou Europa, a depender do produto.
“Fora da nossa organização sede, na Espanha, aqui é o segundo mercado em que temos mais presença no nível organizacional. Aqui obviamente temos uma equipe bastante sólida”, destacou. “Aqui temos uma equipe de 36 pessoas, temos engenharia, temos design, temos toda a cadeia de suprimentos”, acrescentou.
O executivo reconhece que o atual momento do setor elétrico, principalmente no campo em que trabalha, tem passado por dificuldades. Mas encara a situação com naturalidade por ser normal os mercados terem altos e baixos, em todos os setores. Ele argumenta que se olharmos uma linha do tempo com um menor zoom é possível verificar que a linha de crescimento é contínua, afinal o consumo de energia está crescendo no país.
“Sabemos e acreditamos que é uma situação pontual, específica, circunstancial. Por uma combinação de fatores que certamente se desenvolverão e se desenvolverão ao longo do tempo, durante este ano, possivelmente no primeiro semestre do próximo ano. É por isso que estamos aqui, então, reestruturando, nos preparando para ser flexíveis e fluidos para onde quer que o mercado se desdobre, estaremos lá”, assegura.
Além disso, continua ele, a situação atual mostra que a atuação dos fornecedores acaba sendo mais acirrada para a conquista de contratos. Mas, diante de projetos de grande porte, os geradores possivelmente devem escolher entre dois e três fornecedores, até para mitigar os riscos de construção. É nesse momento que a Axial pretende entrar no setor.
“Se forem projetos bastante grandes, a partir de 500 MW a 1 GW, é bem provável que 2 ou 3 rastreadores entrem nesse projeto”, estimou ele que conta com a experiência da empresa na Europa para convencer os investidores a contratarem a companhia.
Assim, diz ele, a empresa mantém seu plano de expansão no Brasil que passa pelo crescimento orgânico, de forma estruturada e sustentável.