Assim como aconteceu em outros setores, o segmento de energia passa por uma evolução e tende a se consolidar cada vez mais. Esta evolução é notável na mudança na forma de produzir, distribuir e consumir energia. E junto com essa inovação surgem as startups que estão cada vez mais focadas no consumidor como seu principal protagonista, oferecendo soluções de energia que lhes permitem gerar, armazenar e compartilhar energia limpa, assim como acessar informações sobre seu consumo e gerar economia. Com isso, as startups têm possibilitado que esses clientes se tornem agentes de mudança, podendo contribuir para a transição para uma economia de energia limpa.

Durante a primeira edição do Inovation Day Energy 2023, o CEO e Fundador da Lead Energy, Raphael Ruffato, afirmou que o setor elétrico está carente de inovações. “Precisamos mudar e ajudar cerca de 80 milhões de consumidores a serem tratados como um cliente. Temos que quebrar padrões, ter produtos escaláveis e mudar a abordagem”, disse.

Ivo Pitanguy, sócio fundador da climate tech Nextron Energia, revela como a GD pode ajudar o consumidor final. “Estamos aqui para combater a crise climática e ajuda na transição energética. Hoje é necessário ter uma contribuição direta para o meio ambiente”, explicou. Segundo o executivo, hoje em dia é necessário ter econômica, transparência e segurança, pois o consumidor é mais ativo, ele gosta de ser engajado e ser protagonista da sua vida e dos produtos que adquire ou contrata. “Hoje temos o Omnisumer, que é o consumidor de energia do futuro. Ele é mais engajado, exigente e interessado em padrões de energia e sustentabilidade e o Brasil é referência nisso”, apontou.

“Hoje falta acesso aos dados dos consumidores de energia de forma ágil e sistematizada, temos um elevado custo operacional, escassez de serviços personalizados e de alto valor agregado. Além disso, há obstáculos ao desempenho de ferramentas e serviços inovadores para o setor”, disse. Ele ainda apontou que o open energy, que é uma solução próxima ao open banking, será uma tendência mundial e o Brasil será o protagonista, pois é segundo maior mercado em termos de capacidade instalada de GD, apenas atrás da China. “Com isso, a abertura do mercado será uma prioridade para a nova gestão da Aneel”.

Já o CEO da Voltera Energia, Alan Henn, destacou o futuro do mercado livre de energia. A tecnologia, regulação e integração entre agentes será fundamental para o sucesso da abertura do mercado. De acordo com dados da Abraceel, cerca de 18.134 GWh consumo de energia em dezembro de 2022, o que representa 36% de toda energia do Brasil. E 55% atende o ACL (solar, eólica, biomassa, PCH) e no Brasil temos 30.452 unidades consumidoras, ou seja, 11.000 CNPJ’s. Henn ainda destacou os desafios latentes e conhecidos do que está por vir. “É preciso ter cooperação entre todos os agentes do mercado para que não haja gargalos em 2024”, afirmou.

Outro dado destacado durante o Inovation Day Energy, foi com relação a análise de dados para contribuição do setor de energia. Além dos sistemas de riscos existem outros riscos como análise e visualização. Executivos da Shooju destacaram que é preciso ter uma equipe e sistema para movimentar os dados. É preciso entender as dores do setor, trazer inovação e ter uma manutenção.

Martin Luther Candido e Silva, da Biti9, relatou a importância de robôs para ajudar nas tarefas burocráticas e repetitivas do backoffice. Segundo ele, 85% das empresas dos Estados Unidos acreditam que automação vai ajudar a recuperar mão de obra. Eles também acreditam que a automação está ajudando suas empresas a ter uma melhor performance.

Para o assessor da presidência da CCEE, Galdino Barros, o setor elétrico tem 10 diretrizes e ele precisa ser melhor seguido. “Temos que propor inovações regulatórias, aprimorar a estrutura de liquidação do mercado e adotar melhorias já mapeadas.

Para finalizar, a gerente comercial da BBCE, Silla Mota, destacou que o mercado está efervescente, com soluções e muita coisa para ser feita. “Vejo um futuro promissor para a inovação. Um estudo da consultoria McKinsey mostra que cerca de US$ 124 bilhões serão investidos no Brasil em energia”, disse.