A Brasil Comercializadora de Energias realizará no dia 24 de fevereiro o seu primeiro leilão de um projeto movido a biogás de aterro sanitário do município de Sabará (MG), para o mercado livre. A meta é comercializar 3,5 MW médios. A usina é da italiana Asja em parceria com a Macaúbas e possuirá potência máxima instalada de 7 MW. A entrega se dará a partir de janeiro de 2017 e com prazos de três e cinco anos de duração. Os preços mínimos dos produtos ainda não estão definidos. Os contratos terão flexibilidade de 10% para mais ou menos e sazonalidade de 5% para mais ou menos.

Segundo o diretor comercial da Brasil Comercializadora, Alessandro Carmeli, a iniciativa de vender essa energia no mercado livre veio da própria Brasil, que fez a proposta de leilão ao ACL depois dos italianos terem oferecido o bloco de energia à comercializadora. Ele explicou que essa estratégia, atualmente, faz mais sentido em decorrência do momento que o país vive com a demanda em queda e hidrologia favorável, fatores que vêm derrubando os preços. Segundo ele, a venda direta com certeza não levaria ao preço esperado pelos geradores.
“Eles definiram inicialmente em vender essa energia. Ao invés disso, sugerimos um leilão para maximizar o resultado”, relatou o executivo. “Não será fácil buscar esses objetivos até porque o momento do mercado livre está favorável ao comprador. O mercado spot está com o preço baixo e isso influencia os preços no curto prazo, por exemplo, temos preço de energia convencional para 2016 a R$ 70/MWh, incentivada com desconto de 50% neste ano a R$ 90/MWh e o produto com desconto da TUSD de 100% na casa de R$ 120 a R$ 140/MWh”, elencou.
Apesar disso, comentou Carmeli, para 2017 os valores estão mais elevados e que estes se mantêm flat para os próximos anos, uma tendência de preços comum quando se olha para esse momento do setor elétrico. Como a entrega é a partir de janeiro do ano que vem, o produto que estará em negociação estaria com valores mais próximos a R$ 200/MWh.
Essa situação, admitiu Carmeli, traz sim dificuldades para a fonte biogás em função de sua viabilidade econômica, até porque a vida útil de projetos dessa natureza é mais curta do que os demais em função da curva de produção de biogás em aterros. A duração de um projeto como esse é de algo entre 10 a 15 anos. “Do ponto de vista social e ambiental é uma fonte interessante, por isso, ao lado de resíduos sólidos é a única fonte com projetos novos que vem com 100% de desconto na TUSD. Indústrias podem usar esses benefícios para atrelar essa imagem a sua marca”, finalizou.
A Asja é uma empresa italiana fundada em 1995, constrói e opera plantas de geração a partir de fontes renováveis, além do biogás, atua com biomassa, eólica e solar fotovoltaica. No Brasil está desde 2005 por meio da Asja Brasil, cuja sede fica em Belo Horizonte e já possui uma unidade de geração com 7 MW de capacidade instalada. No mundo destaca a empresa, tem 46 plantas de biogás construídas sendo 23 em operação e que somam 75 MW de potência e na China soma 3 plantas construídas sendo 1 em atividade com 5 MW.
(Nota da Redação: Título alterada às 16:11 horas do dia 15 de fevereiro de 2016, pois um leilão de energia de resíduos sólidos já foi realizado por outra comercializadora em fevereiro de 2014)