Foi definido um acordo entre a UHE Cachoeira Caldeirão e as famílias atingidas pela inundação em Ferreira Gomes (AP). Donos de residências e estabelecimentos comerciais cadastrados pela Defesa Civil receberão R$ 20 mil e R$ 35 mil, respectivamente, como ressarcimento emergencial. Uma enchente atingiu a cidade. O valor inicial da indenização levou em conta os 408 imóveis contabilizados pela força-tarefa organizada pelo governo na reunião de negociação, realizada em Ferreira Gomes no último dia 11 de maio. Ribeirinhos da região do baixo Araguari também serão incluídos no cadastro da Defesa Civil. O número não deve passar de 446 famílias a serem indenizadas.

Segundo relatório prévio apresentado pela Defesa Civil aos representantes da usina, do Governo do Amapá e dos Ministérios Públicos Estadual, foram atingidas pela inundação 335 residências da área urbana, 25 estabelecimentos comerciais e 23 imóveis mistos – que possuem casa e estabelecimento comercial no mesmo terreno e, no acordo, serão classificados como comerciais. Na área rural foram cadastradas 22 casas e três imóveis comerciais. A empresa terá 20 dias para organizar o pagamento do valor compensatório que será pago através de cheques nominais. De acordo com Moroni Guimarães, presidente da Associação dos Atingidos pelas Barragens, o resultado foi satisfatório.

O MPF ressaltou que a inundação de Ferreira Gomes foi uma tragédia anunciada há dois anos, desde o processo de implantação da empresa no município. Segundo o promotor de Justiça Laércio Nunes Mende, ele havia recebido reclamações de pessoas que foram atingidas por explosões e de outras que não foram indenizadas justamente. O Instituto do Meio Ambiente e de Ordenamento Territorial do Estado do Amapá está fazendo uma revisão nos licenciamentos das três empresas que atuam na região.

Após a revisão, técnicos vão visitar as hidrelétricas para comprovar o projeto. O número de desabrigados diminuiu em 75%. Até a manhã da última sexta-feira, 15 de maio, foram contabilizadas 57 pessoas que estão na creche Sara Salomão, o único abrigo que ainda está ativo. As famílias aos poucos estão voltando para suas as residências e a expectativa é de que nessa semana a creche seja desocupada.