A agência de classificação de risco Moody’s alterou a perspectiva da Engie na França de estável para negativa. Além disso, afirmou notas de emissão da empresa. Além disso, mudou a perspectiva para negativa em outras quatro subsidiárias, para a Engie Alliance, Invest International (EII), Electrabel e Engie CC, bem como a mesma ação para as emissões com a afirmação de notas.
A agência justifica essa medida em decorrência da rápida e crescente disseminação do surto de coronavírus, uma deterioração da perspectiva econômica global, queda dos preços do petróleo e queda dos preços dos ativos. Juntos, esses fatores estão criando um choque de crédito severo e extenso em muitos setores, regiões e mercados.
Na análise afirma que os efeitos combinados de crédito desses desenvolvimentos são sem precedentes. Embora o setor como um todo tenha reduzido sua exposição a atividades orientadas a commodities, as concessionárias de eletricidade enfrentam demanda deprimida, menores preços de energia no atacado e desafios operacionais com risco político elevado, à medida que os governos buscam proteger os consumidores das consequências econômicas.
“A perspectiva negativa para a Engie SA reflete que o surto de coronavírus pesará sobre os ganhos e aumentará o risco de que, mesmo após a mitigação medidas, métricas já fracas não se recuperarão a níveis consistentes com a classificação atual nos próximos 2 a 3 anos”, aponta a agência de classificação de risco.

No relatório a Moody’s prevê que as operações da empresa serão significativamente afetados pela crise levando em consideração uma queda no demanda por serviços de energia, gás e eletricidade desde a implantação de medidas de bloqueio, que conduzirão a perdas de receita. Outro ponto é a queda de 12% nos preços de energia de carga básica europeus desde o início de março, o que pressionará a lucratividade das usinas nucleares e de custo fixo e de geração hídrica geração comercial da Engie. Por último, relaciona ainda as interrupções na cadeia de suprimentos que pode retardar o desenvolvimento de novas capacidades renováveis ​​e o crescimento dos ganhos futuros.

Apesar disso, classifica que esse cenário será mitigado, mas compensado pelas medidas adicionais de otimização de custos. A Moody’s vê as medidas de mitigação sendo implementadas após o início da pandemia de coronavírus, incluindo o corte de dividendos e o adiamento de parte do aporte de capital de 2020 a 2021, como crédito positivo. E ainda, reconhece que a Engie se beneficia da resiliência do fluxo de caixa gerado por atividades reguladas e contratadas que representavam cerca de 60% do EBITDA de 2019.