Reduzir a conta de luz já é realidade para negócios que investem em energia solar. Durante a Fispal 2025, o tema ganhou destaque no estande “Assuntos de Energia”, do Energy Solutions Show, com dados e casos concretos mostrando que, mais do que uma pauta ambiental, a energia limpa é hoje uma estratégia de economia real e imediata.

Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o setor faturou R$ 416 bilhões em 2023, cerca de 3,6% do PIB brasileiro. E dados da Agência Internacional de Energia (IEA) mostram que o setor de serviços alimentícios é responsável por cerca de 10% do consumo energético em áreas urbanas, sendo que o consumo médio de eletricidade em restaurantes gira em torno de 30 a 50 KWh/m² por mês.

Os dados ainda destacam que a energia solar é a fonte renovável que mais cresce no mundo, com 25% de expansão anual. O Brasil é o 4º maior mercado mundial de energia solar, segundo dados da Absolar, com mais de 37GW de potência instalada até 2025.

Diante deste cenário, a apresentação do professor/doutor em economia circular do Ibmec, Mauricio Szmuszkowicz, mostrou que as empresas que adotaram geração distribuída com painéis solares já registram reduções de até 90% nos custos com eletricidade, além de proteção contra os frequentes aumentos nas tarifas.

Ainda durante a sua apresentação, o professor apresentou o caso do Burger King Brasil, que em suas lojas-piloto com energia solar tem gerado até 30% da energia consumida e projeta atingir 80% da rede com GD até o fim do próximo ciclo de investimentos.

Outro exemplo dado por ele foi com relação ao McDonald’s, que, ao investir em renováveis na Europa, abasteceu mais de 6 mil unidades com energia limpa, ampliando sua competitividade e reduzindo gastos operacionais.

Segundo o especialista no assunto, para o pequeno e médio empreendedor, os ganhos não se limitam à economia pois há ainda valorização do imóvel, mais controle sobre os gastos e previsibilidade no orçamento. Isso se soma a soluções cada vez mais acessíveis, como modelos de financiamento, sistemas sem necessidade de obras e tecnologia de gestão inteligente. Szmuszkowicz também destacou que desafios como espaço físico e manutenção já têm soluções simples com painéis podem ser instalados em coberturas, estacionamentos ou fachadas, com manutenção reduzida a limpezas periódicas.

Sustentabilidade

O professor explicou ao CanalEnergia que a sustentabilidade deixou de ser um diferencial e passou a ser uma exigência crescente dos consumidores. “Cada vez mais conscientes, eles buscam produtos e serviços alinhados a valores ambientais. Nesse cenário, a energia solar surge como um importante aliado, especialmente no que diz respeito à pegada de carbono. Como muitas empresas assumiram compromissos globais de se tornarem carbono neutro, será necessário compensar as emissões de gases de efeito estufa e a geração de energia limpa será uma das principais ferramentas para isso”, disse.

Segundo o professor, a expectativa é que o mercado de créditos de carbono evolua para um modelo semelhante ao de uma bolsa de valores. “Empresas que gerarem mais energia limpa do que consomem poderão acumular créditos e comercializá-los, convertendo sustentabilidade em receita. Para setores como food service e varejo, isso representa uma oportunidade dupla: economia direta na conta de luz e monetização dos excedentes em forma de créditos de carbono. Ou seja, uma usina solar pode não apenas reduzir custos operacionais, mas também se tornar uma nova fonte de renda”, detalhou.

Conheça algumas marcas que apostaram em energia renovável e estão colhendo resultados:

Selfit aposta em energia limpa e projeta economia de R$ 6 milhões

Koppert corta 30% da conta de luz com energia limpa