A Koppert Brasil reduziu em 30% seus custos com energia elétrica após migrar para o mercado livre e adotar o consumo de energia 100% renovável. A iniciativa, segundo a gerente de produção da companhia, Juliana Longatto, fortaleceu o fluxo de caixa da empresa e reforçou seu compromisso com a sustentabilidade. “Esta ação não apenas está alinhada com as metas globais de ESG, mas também traz benefícios econômicos para a empresa. Os principais desafios foram entender as complexidades do processo quanto a documentações, contratos e informações técnicas”, destacou.

No último ano, empresa migrou sua matriz energética para o mercado livre, o que evitou a emissão de 224 toneladas de CO₂, o equivalente ao consumo de mais de 3.000 MWh de eletricidade e ao plantio de mais de 1.500 árvores.

Desde junho de 2024, 100% da energia elétrica utilizada nas unidades de produção, distribuição e formulação da Koppert no Brasil foi gerada por fontes renováveis, como eólica, solar, biomassa, Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGH). Isso significa que não houve emissão de dióxido de carbono (CO₂) associada ao consumo de eletricidade na companhia durante o período — o gás é o principal responsável pelo aquecimento global e por acelerar as mudanças climáticas, segundo organizações internacionais.

Para ilustrar esse avanço, as três unidades de produção da Koppert no Brasil eliminaram 100% das emissões de carbono relacionadas ao uso de energia elétrica em comparação com 2023 e início de 2024. “Ao migrarmos nossas operações para o mercado livre de energia, nos tornamos uma empresa carbono zero em relação ao consumo de energia elétrica. Esse passo reforça o compromisso da Koppert Brasil com a sustentabilidade e a inovação”, destacou o coordenador de manutenção da Koppert Brasil, Wesley Ibanes Padilha.

Segundo a gerente de produção da companhia, Juliana Longatto, a Koppert planeja repassar esses ganhos com a redução nos custos de energia ao consumidor ou investir em novos projetos sustentáveis. “Um dos objetivos da indústria é buscar formas de reduzir o custo de produção sem déficit em qualidade dos nossos produtos. Esse é o nosso dia a dia. Produtos com custos menores permitem uma precificação adequada para melhor competitividade no mercado”, explicou.

Ainda de acordo com a executiva, a adoção de uma matriz energética sustentável reforça a missão da Koppert Brasil de oferecer soluções que impactam positivamente o agronegócio, consolidando ainda mais sua posição no mercado como uma empresa comprometida com o meio ambiente e a agricultura sustentável.

Marca mais forte e competitiva no mercado

Além da economia, a transição energética fortalece a imagem da Koppert junto ao setor agrícola. Para Juliana, adotar uma matriz limpa está diretamente ligado à missão da empresa de promover uma agricultura mais sustentável. “Esse movimento posiciona a marca como aliada do produtor que busca soluções com menor impacto ambiental. Isso tem valor percebido pelo mercado”, explicou a executiva ao CanalEnergia.

Vale destacar que a empresa realiza campanhas internas e divulga as iniciativas por meio de seu site e redes sociais. Em embalagens de produtos, a comunicação sobre sustentabilidade segue a regulamentação vigente.

Fornecedores confiáveis

Do lado dos fornecedores, a escolha também faz parte da estratégica da companhia. A Koppert firmou parceria com a Raízen Power Energy, e o foco, segundo a empresa, não foi uma fonte específica, mas a garantia de origem limpa e certificada da energia consumida.

Juliana explicou ao CanalEnergia que a empresa geradora de energia, no caso a Raízen, obtém a certificação de sua geração de energia a partir de fontes renováveis (I-REC). Para isso, são instalados medidores em suas instalações e a cada 1 MWh gerado, é emitido um certificado I-REC Bônus. Esse certificado fica disponível para aquisição pela empresa consumidora da energia elétrica, que neste caso é a Koppert Brasil.

“Um detalhe importante é que, ao migrarmos para o mercado livre de energia, a compra da energia passa a ser feita diretamente com a usina geradora, garantindo maior autonomia e rastreabilidade”, disse.

Próximos passos

A Koppert avalia, junto ao time de engenharia, a viabilidade de investir em geração própria de energia, como usinas solares. Também estuda expandir o uso de energia limpa para outras unidades e apoiar parceiros no processo de descarbonização da cadeia produtiva.

“Estamos atualizando nosso inventário de emissões para entender onde estão nossos maiores impactos e agir de forma estratégica. Nosso objetivo é seguir reduzindo nossa pegada de carbono”, afirmou Juliana.