O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou nesta quinta-feira (3) que a presença das termelétricas a gás natural serão a principal alternativa de suprimento elétrico no Sistema diante do crescimento contínuo das fontes renováveis intermitentes, como a eólica e a solar. Em discurso na cerimônia de posse do novo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, o ministro destacou que o gás será fonte estratégica no desenvolvimento do país nos próximos anos, dado o grande potencial de oferta a partir das reservas do pré-sal.

“É preciso realçar o papel do gás natural na economia de baixo carbono. A transição rumo a sistemas energéticos mais limpos deverá fortalecer o papel do gás natural na matriz energética brasileira”, disse Albuquerque no evento realizado na sede da estatal, no Rio de Janeiro. O ministro descartou ainda que o governo recém empossado irá interferir na política de preços de combustíveis, que permanecerá sob o comando da Petrobras. Albuquerque afirmou ser necessário uma “sintonia fina” entre a justa remuneração aos investidores e o preço compatível aos consumidores.

A diversidade e o aproveitamento dos recursos disponíveis na matriz energética do país foi outro tema ressaltado por ele em sua passagem pela companhia. Especializado na área nuclear em sua carreira na Marinha, Albuquerque sublinhou o papel relevante que a energia atômica pode ter na expansão do sistema, incluindo a conclusão da usina de Angra 3 – cujo projeto de retomada, frisou, poderá contar com a participação de sócios estrangeiros ao lado da Eletronuclear. “Temos a 6ª reserva de urânio do mundo com 1/3 do território brasileiro prospectado”, lembrou.

“O que precisamos é garantir uma matriz energética diversificada e, ao mesmo tempo, a segurança no suprimento energético, com o melhor custo para o consumidor”, afirmou o ministro em entrevista coletiva concedida após a cerimônia de posse. Aos jornalistas, Bento Albuquerque fez referência aos números de investimento contidos no mais recente ciclo do Plano Decenal de Energia, cuja projeção é de R$ 1,7 trilhão em recursos até o ano de 2027, dos quais R$ 1,4 trilhão apenas no segmento de petróleo e gás natural – exploração, produção, refino e transporte.

Falando em “romper com paradigmas antiquados”, Bento Albuquerque também fez elogios ao processo de reconstrução do setor de petróleo e gás nos últimos anos, que, segundo ele, passa diretamente pela reconstrução da própria Petrobras, através de diversas iniciativas, entre as quais “ações contundentes de transparência”. O ministro de Minas e Energia destacou ainda que pontos como respeito aos contratos, previsibilidade legal e interlocução com a sociedade serão tratados como uma espécie de marcos intocáveis na sua gestão à frente da pasta.