O governo não descarta o uso de recursos de Itaipu para reduzir a tarifa de energia elétrica de forma estrutural, admitiu o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista nesta quarta-feira,  17 de abril. Ele afirmou que o governo não pode fechar a porta a nenhuma possibilidade.

O ministro reforçou que está sendo firme na negociação com o Paraguai, para que não haja aumento no preço da energia da hidrelétrica de Itaipu. “O que eu defendo é que a tarifa de energia hoje aprovada pela Aneel numa portaria no final do ano passado, em dezembro do ano passado,  não seja alterada”, disse Silveira, ao comentar o encontro que manteve na terça-feira (16) com o presidente paraguaio, Santiago Peña, acompanhado do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

O valor  da tarifa de repasse de Itaipu para 2024 é de US$ 17,66/kW.mês, 12,69 % menor que a vigente em 2023, de US$ 20,23/KW.mês. Já o Custo Unitário do Serviço de Eletricidade (Cuse) da usina, que representa 94,61% da tarifa, foi mantido em US$16,71/kW.mês. Os valores são provisórios, uma vez que o Cuse ainda será deliberado pelo Conselho de Administração da usina.

Brasil e Paraguai vivem um impasse nas negociações para a revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu, que disciplina as condições comerciais de venda da energia da usina. O ministro disse o Brasil vai continuar dialogando com o país vizinho.

“Nós temos um foco muito claro e já conhecido de todos os senhores: lutar para que a tarifa de energia seja compatível com a condição da sociedade brasileira”, afirmou, destacando que os pobres e a classe média são os mais afetados pelo repasse do custo da energia da usina.