Com os estudos das séries hidrológicas já consolidados pela forte presença das hidrelétricas na matriz, o momento agora é de se estudar as medições dos ventos na busca de um resultado ótimo para a operação. De acordo com Gilca Palma, diretora de Pesquisa e Desenvolvimento da Climatempo, a análise do vento e da chuva permite um melhor aproveitamento da fonte. "Se começa a analisar o vento e a chuva, dá para entender o comportamento do vento", explica ela, que participou nesta quarta-feira, 31 de agosto, de painel no Brazil Windpower, no Rio de Janeiro (RJ).

Ela conta que quanto mais dados sobre e medição do vento existirem, maior será o controle sobre ela. As séries dos dados de vento são muito curtas, não maiores que cinco anos, o que representa bem pouco e assuntos de clima. "Quanto mais os dados forem compartilhados, mais vamos entender as incertezas e poder modelar o vento", avisa. Ainda não é possível prever os impactos das mudanças climáticas sobre os ventos, já que isso ainda está em análise. Estudos indicam que o vento pode aumentar no Nordeste, mas ainda são simulações. Mudanças climáticas são alterações no comportamento. “Se continuarmos passando por esse padrão de mudança pode haver alteração de vento também”, observa.

A analista do Climatempo acredita que os ventos do Nordeste devem se manter, mas também quer mais estudos para um diagnóstico. A região Nordeste vai sofrer o fenômeno La Niña, que pode trazer mais chuva para a região em setembro. Por lá, as chuvas devem manter a normalidade até o fim do ano. Esse fenômeno La Niña pode trazer ligeira diminuição dos ventos.

O Climatempo vem estabelecendo convênios com os players eólicos no último ano a fim de ter mais informações para efetuar modelagem de eólicas. Houve a troca de conhecimento por dados. "Entendemos a dúvida do setor, o que eles estão buscando e o que já tinham. Conseguimos melhorar a modelagem de vento", aponta. O modelo foi desenvolvido pelo Climatempo para o setor.