O presidente da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e Consumidores Livres, Paulo Pedrosa, criticou em vídeo a inserção de uma série de emendas na MP 1.055 que encareceriam o custo da energia e tirariam a sua competividade. Um dos alvos da associação é a prorrogação do subsídio ao carvão, que acabaria em 2027. De acordo com o executivo, o mundo inteiro trabalha para descarbonizar a matriz e contribuir com a melhora do clima, o que não justifica a continuidade do subsídio. “Os jabutis da MP da Eletrobras estão crescendo e se reproduzindo na MP da crise hídrica”, acusa.

Outra emenda que Pedrosa destaca é a que banca os custos dos gasodutos das térmicas da MP da Eletrobras, que serão pagos via tarifa. O presidente da associação deixa claro que isso pode prejudicar a região Nordeste, em que estados como a Bahia, que se destaca com projetos renováveis, terão seu mercado reduzido porque a oferta de energia será mantida pelas fontes garantidas na MP.

“Perde espaço, não ganha gasodutos nem térmicas e as tarifas vão ficar mais caras”, aponta. As emendas sobre reservas para PCHs e os contratos do Proinfa também foram lembradas como danosas por ele.

O executivo salientou ainda que o projeto não enfrenta a crise hídrica de maneira assertiva , uma vez que as soluções de geração apresentadas virão apenas daqui a cinco anos e não serão imediatas. Para ele, o PL 414 é o veículo adequado para mudanças no setor. Ao fim do vídeo, Pedrosa pede o envolvimento de todos em prol da derrubada das emendas. “Vamos ajudar o Brasil a ter uma energia competitiva  e sem jabutis,”, finaliza.