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A Eneva encerrou o primeiro trimestre de 2025 com geração de caixa pressionada, apesar de um ebitda de R$ 1,5 bilhão. Em teleconferência com investidores realizada nesta quinta-feira, 15 de maio, a empresa apontou que parte relevante desse valor, cerca de R$ 500 milhões, ainda não se converteu em caixa devido ao ciclo natural de recebimento. E o fluxo de caixa livre foi consumido por investimentos (R$ 916 milhões), recompra de ações (R$ 222 milhões) e arrendamentos (R$ 100 milhões), o que levou a um crescimento da dívida líquida de 6,8% no período. Além disso, como aproximadamente 80% da dívida da companhia está indexada ao IPCA, a correção inflacionária contribuiu para a elevação do saldo devedor.
Apesar do trimestre desafiador do ponto de vista de alavancagem, a companhia projeta uma melhora no desempenho financeiro a partir da liberação dos recursos de capital de giro e da captura de receitas recorrentes em novos ativos. Um dos destaques é a deliberação do CMSE que autorizou a antecipação dos contratos firmados no Leilão de Reserva de Capacidade de 2021 (LRCAP), incluindo os projetos Parnaíba IV, Liana e Geramar. A antecipação desses contratos poderá acrescentar cerca de R$ 35 milhões por mês à receita fixa da companhia já a partir do segundo semestre.
Além disso, a Eneva afirmou estar bem posicionada para disputar novos leilões de potência. A companhia vê uma necessidade estrutural de adição de oferta no sistema elétrico entre 2026 e 2029 e espera que o próximo leilão de reserva de capacidade seja realizado ainda em 2025. “Quando acontecer, estaremos preparados para capturar as oportunidades que surgirem”, afirmou o diretor presidente da Eneva, Lino Cançado.
Outro ponto positivo veio da comercialização de gás, que teve forte desempenho no trimestre, impulsionado por operações pontuais no mercado de curto prazo. Embora não recorrentes, essas operações contribuíram significativamente para os resultados do período e reforçaram o papel da Eneva como player relevante de liquidez no mercado brasileiro. “O início de 2025 trouxe boas oportunidades no mercado de curto prazo de gás, especialmente dentro da malha da Eneva. Combinadas a contratos de longo prazo já estruturados, tanto flexíveis quanto firmes, essas operações resultaram em um volume expressivo de negociações, contribuindo significativamente para o desempenho da comercialização de gás no período. A empresa acredita que essa dinâmica tende a se manter, dado que o mercado busca cada vez mais alternativas de liquidez, e a Eneva está bem posicionada para continuar capturando essas oportunidades”, destacou o diretor de finanças e RI da companhia, Marcelo Habibe.
Quando questionada sobre o reembolso parcial de R$ 100 milhões referente a substituição ao “riser”, do hub Sergipe, a companhia aguarda resolução de discussões com seguradoras. E afirmou que a sinalização inicial dos laudos técnicos foi positiva, e a expectativa é que o processo avance ao longo do segundo e terceiro trimestres deste ano.