Cada vez mais shoppings no Brasil estão migrando para o mercado livre de energia e isso tem impacto direto para quem frequenta esses espaços. Com a redução dos custos operacionais, os lojistas conseguem manter preços mais competitivos. De acordo com dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), hoje, cerca de 92% dos shoppings já operam no mercado livre de energia e 87% usam energia renovável, evidenciando que o setor está avançando cada vez mais em direção a uma gestão sustentável em todo o território nacional.
Atualmente, existem mais de 640 shoppings em operação no Brasil, sendo que 92% deles aderiram ao mercado livre de energia, o que representa mais de 590 empreendimentos. Para o presidente da associação, Glauco Humai, a migração dos shopping centers para o ACL pode reduzir, indiretamente, o custo final dos produtos e serviços oferecidos aos consumidores, por meio da diminuição das despesas operacionais dos lojistas. “Com custos operacionais mais baixos, os shoppings podem atrair marcas e lojistas oferecendo aluguéis mais competitivos”, ressaltou.
Nos shoppings, que migraram para esse mercado, a adoção de iluminação em LED, que consome cerca de 80% menos energia, além da implementação de medidas de gerenciamento energético, são algumas ações perceptíveis que eles podem adotar para reduzir custos e diminuir a pegada de carbono. Segundo Humai, a gestão responsável da água, por meio da captação da água da chuva e da adoção de dispositivos economizadores, também é uma prática adotada pelos empreendimentos e reforça o compromisso com a preservação desse recurso vital. “Além disso, o investimento em práticas de economia circular e na gestão de resíduos posiciona os shoppings como protagonistas na redução dos resíduos destinados a aterros sanitários, otimizando o uso de recursos naturais”, explicou ao CanalEnergia.
Com a migração, os consumidores têm percebido mudanças que vão além da redução de custos operacionais e elas impactam diretamente a experiência de quem frequenta esses espaços. Ambientes com iluminação em LED, climatização mais eficiente e banheiros com dispositivos economizadores de água são alguns exemplos de melhorias visíveis, resultado de uma gestão energética mais moderna e sustentável. Além disso, muitos empreendimentos adotaram práticas de reaproveitamento de água da chuva e otimização de resíduos, reforçando o compromisso com o meio ambiente sem abrir mão do conforto do público.
Essas transformações também trouxeram novos serviços que valorizam a mobilidade e o consumo consciente. Hoje, mais de 93% dos shoppings contam com bicicletários, 64% adotaram sistemas de automação predial e mais da metade já oferece vagas para carros elétricos. A combinação entre eficiência energética, infraestrutura inteligente e foco na sustentabilidade mostra que o mercado livre de energia não é apenas uma decisão econômica, mas é também uma escolha que melhora a experiência do consumidor e prepara os empreendimentos para um futuro mais responsável.
Segundo Humai, a adoção de fontes de energia renovável já alcança 87% do setor de shopping centers. Iniciativas como a instalação de painéis solares nos telhados, turbinas eólicas nas proximidades ou sistemas de energia geotérmica podem suprir parte ou até mesmo toda a energia necessária para as operações. “Além de reduzir os custos operacionais no longo prazo e as emissões de gases de efeito estufa, essa mudança pode atrair consumidores que valorizam empresas comprometidas com a preservação ambiental”, declarou.
Hoje, a energia representa um dos maiores custos operacionais dos shopping centers atualmente. Com a migração para o mercado livre de energia, os shoppings conseguem reduzir custos operacionais no longo prazo e a emissão de gases de efeito estufa. Essa mudança também pode servir como um atrativo para consumidores que valorizam empresas engajadas com a preservação do meio ambiente.
Como citado anteriormente, o percentual de adesão ao mercado livre de energia é de 92% dos shopping centers, segundo dados do último relatório de sustentabilidade da Abrasce. “Isso reflete uma tendência crescente no setor, que busca maior independência energética e benefícios econômicos, alinhando-se às metas de sustentabilidade e eficiência operacional”, disse Humai ao CanalEnergia.
“Ao otimizar o consumo de energia e recursos, os shopping centers podem reduzir os custos operacionais no longo prazo. Grande parte dos empreendimentos já aderiu ao mercado livre de energia. Essa estratégia impacta positivamente os custos operacionais e também confere maior autonomia na gestão energética. Além disso, permite alinhar as operações às metas de sustentabilidade, contribuindo para um cenário mais eficiente e ecologicamente consciente”, disse.
Entre as regiões, o Nordeste lidera a adesão ao mercado livre de energia (97%), seguida pelas regiões Norte (94%), Sul (91%), Sudeste (90%) e Centro-Oeste (85%). “A expectativa é que os shoppings continuem migrando para o mercado livre de energia, impulsionados principalmente por fatores econômicos e estratégicos”, afirmou o presidente da Abrasce.
Ele ainda declarou que os principais motivadores dessa transição são a redução expressiva nos custos com eletricidade, a maior previsibilidade nos gastos e a flexibilidade para escolher fontes mais sustentáveis, como a solar e a eólica. “Com isso, espera-se que o setor aproveite cada vez mais os benefícios desse modelo”, disse.
Sustentabilidade
Além da economia financeira, os principais benefícios ambientais da migração para uma matriz energética sustentável são a redução da pegada de carbono, a menor emissão de poluentes e o estímulo à economia sustentável. Todos esses fatores contribuem positivamente para o meio ambiente.
“A migração dos shoppings para o mercado livre de energia, especialmente quando combinada ao uso de fontes renováveis, tem impacto direto e positivo na obtenção de certificações ambientais e de sustentabilidade, que reconhecem empreendimentos com alto desempenho ambiental. Isso, consequentemente, aumenta o valor do ativo e melhora a reputação do empreendimento”, explicou Humai.
Metas setoriais para energia limpa
A implementação de práticas de eficiência energética é de extrema relevância para o setor de shopping centers, que consome grandes volumes de energia devido à iluminação, climatização e operações diárias. Para Humai, ao adotar tecnologias de automação e eficiência energética, os empreendimentos podem reduzir significativamente o consumo energético e minimizar as emissões de gases de efeito estufa. “Embora a importância da redução das emissões seja amplamente reconhecida, o progresso ainda é desigual no setor. Atualmente, 52% dos shoppings demonstram compromisso com a causa. No entanto, a implementação completa de práticas como a realização de inventários de emissões (31%) e o estabelecimento de metas de redução (23%) ainda está em desenvolvimento”, finalizou o presidente da Abrasce.