O consumo nacional de energia elétrica alcançou 55.181 MW médios segundo dados de medição coletados entre os dias 1º e 4 de outubro, 6,3% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado. A análise aponta que houve queda de 9,5% no mercado atendido pelas distribuidoras, reflexo da migração de clientes cativos para o ambiente de contratação livre, que por consequência registrou aumento de 3,9% na comparação. Excluídos os impactos da migração, ambos os mercados teriam registrado retração no consumo, de -5,9% no ACR e de – 7,3% no ACL. Os dados foram divulgados na última quinta-feira, 6 de outubro, pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Dentre os ramos da indústria monitorados pela CCEE, incluindo autoprodutores, consumidores livres e especiais, os maiores índices de consumo foram os registrados nos setores de comércio (+54%), serviços (+32,1%) e telecomunicações (+26,4%). O crescimento destes segmentos está vinculado à migração dos consumidores para o mercado livre. Houve queda no consumo entre os setores de extração de minerais metálicos (-22%) e químico (-2,2%). Expurgando os efeitos de migração, observa-se que apenas os segmentos de madeira, papel e celulose, transporte e metalurgia e produtos de metais registraram aumento no consumo no período.
Na geração o quadro de retração não está diferente. O montante de energia gerada nos quatro primeiros dias de outubro encolheu 6,2% para 57.475 MW médios, com destaque para a produção eólica com a entrega de 4.977 MW médios (+88%). A geração hidráulica, incluindo as pequenas centrais hidrelétricas, alcançou 38.446 MW médios, queda de 8,1% na comparação com o mesmo período do ano passado. A representatividade da fonte hídrica foi de 66,9% sobre toda energia gerada no país, índice 1,4 ponto percentual inferior ao registrado no ano passado. Os dados preliminares também indicam queda de 16,4% na produção das térmicas, alavancado pela menor produção das usinas bicombustível (-81,4%), a óleo (-67,7%) e a gás (-23,1%).
A CCEE estima que as usinas hidrelétricas integrantes do Mecanismo de Realocação de Energia – MRE gerem, até a primeira semana operativa de outubro, o equivalente a 90,1% de suas garantias físicas, ou 45.118 MW médios em energia elétrica. Para fins de repactuação do risco hidrológico, este percentual foi de 86,6%.