A reorganização da estrutura de direção da AES Brasil, aparentemente, não mudará os rumos da empresa no país. A companhia aposta na estratégia de crescimento no setor de geração por meio da AES Tietê Energia que passou por uma mudança societária em 2015 cujo objetivo é de obter mais dinamismo na tomada de decisões de investimentos. Quanto às distribuidoras do grupo a meta é de recuperar valor de mercado.

Desde a última sexta-feira, 1º de abril, a companhia passou a contar com Julian Nebreda à frente da holding, Ítalo Freitas como presidente da AES Tietê Energia e Charles Lenzi como o executivo chefe da maior distribuidora do grupo, a AES Eletropaulo. Nebreda indicou que a opção da geradora é por investir em usinas de fontes térmica, renováveis e no armazenamento de energia em baterias. Inclusive, destacou que a empresa já está conduzindo um projeto piloto, em São Paulo, com 174 kW de capacidade. Ele não revelou mais detalhes sobre esse investimento.
“Mesmo com a situação econômica do Brasil o país continua sendo um mercado importante e competitivo para a AES. Vemos no país uma plataforma de crescimento, principalmente, em geração de energia e em novas tecnologias. Estamos utilizando nossa expertise global para aproveitar, principalmente, oportunidades com projetos térmicos e de energias renováveis, por meio da AES Tietê. Outro foco é o desenvolvimento das novas tecnologias de conexão de baterias à rede e geração distribuída, para tornar o sistema brasileiro cada vez mais eficiente”, comentou o executivo.
Em relação ao armazenamento de energia em baterias, Nebreda destacou que a AES detém 346 MW em capacidade instalada nessa tecnologia em todo o mundo. Em seus cálculos há 2,3 GW em operação, construção e projetos em estágio avançado de desenvolvimento.
Na semana passada a empresa esteve presente no evento de assinatura de um memorando de entendimentos para o desenvolvimento e construção de um complexo termelétrico na zona sul de São Paulo em parceria com a estatal Emae. A AES Tietê Energia foi uma das escolhidas na chamada pública, ao lado do consórcio Siemens-Gasen. Ainda não foram divulgados detalhes sobre os projetos apresentados.
A meta nesse projeto é de colocar o empreendimento em um leilão A-5, a primeira oportunidade poderá ser em 2017. Contudo, a questão do preço deverá ser um ponto a ser observado, a depender da posição da empresa. Na avaliação do executivo o preço do certame que será realizado esse ano foi pequeno ante o cenário econômico atual. Ele lembrou que os R$ 290/MWh está apenas 3% acima dos R$ 281/MWh do ano passado. Um índice baixo quando comparado ao dólar, o crescimento das taxas de juros e a maior complexidade na obtenção de financiamento. Apesar dos mais de mil projetos cadastrados, a companhia acredita que a demanda será muito baixa ou até mesmo nula em decorrência da redução de consumo que classificou como ‘extraordinária e generalizada do mercado das distribuidoras’. Sobre a possível venda de ativos no Brasil, Nebreda disse que não comentaria sobre especulações de mercado.