A inauguração na próxima quinta-feira, 14 de janeiro, do Complexo Eólico Chapada do Piauí, não marca apenas o começo da operação de mais 436 MW eólicos no sistema. Ela significa também a inserção definitiva da região da Chapada do Araripe como grande manancial eólico no país. O complexo foi comercializado em um consórcio formado pela Contour Global, Casa dos Ventos e Chesf. A parte piauiense da chapada, que também abrange os estados de Pernambuco e Ceará, já tem 210 MW em operação do complexo Ventos do Araripe, recentemente adquirido pela Cubico.

A Casa dos Ventos, um dos maiores players e desenvolvedores eólicos no país, chegou na região em 2009, quando registrou o grande potencial da chapada. O potencial está nos ventos que sopram nas cidades de Marcolândia, Simões, Padre Marcos e Caldeirão Grande do Piauí. Desde então, Lucas Araripe, diretor de novos negócios da Casa do Ventos, conta que a empresa buscou formar parcerias para viabilizar eólicas na região, além de ter projetos próprios. "Hoje temos 1.615 MW desenvolvidos pela Casa dos Ventos que foram vendidos em leilões", revela o executivo.

Parte desse montante transformado em projetos eólicos ficou nas mãos da própria Casa dos Ventos ou foi viabilizado por players como Queiroz Galvão Energias Renováveis e Votorantim Energia. No fim do ano passado, os 210 MW da Ventos do Araripe I entraram em operação. Esse ano ainda entram em operação os parques da Queiroz Galvão, de 400 MW. Em 2017, começa a geração de energia no Ventos do Araripe 3 (359 MW) também da Casa dos Ventos. Já em 2018, a vez é dos projetos da Votorantim Energia, de 210 MW começar a operação.

A Casa dos Ventos ainda tem na região mais 1.200 MW cadastrados para próximos leilões futuros. "São recursos eólicos que vão transformar a região em um dos maiores polos de geração do país", avisa. Os ventos da Chapada do Araripe são considerados de velocidade média elevada, com maior força na parte da noite. Também há uma variação de temperatura que influência no escoamento do vento. "Do dia para a noite, há uma mudança térmica que colabora com a aceleração do vento", aponta Araripe. A Casa dos Ventos também pretende explorar o potencial eólico das partes pernambucana e cearense da Chapada do Araripe.