A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica entregou uma proposta ao governo para a comercialização de excedentes da micro e minigeração distribuída. A ideia é a de permitir que o proprietário do sistema possa escolher entre comercializar essa energia adicional ou utilizar na compensação de seu consumo com a distribuidora local. O documento foi entregue à Aneel, MME, EPE e associações do setor.

Essa ideia foi revelada pelo, à época recém empossado presidente do conselho, Rui Altieri, durante o Enase de 2015. Sem entrar em detalhes, a CCEE informou que a proposta tem como meta oferecer uma alternativa à compensação da energia excedente que esses sistemas injetam na rede, que foi definida pela Resolução Aneel 482/2012. Com isso, será possível alcançar a expansão da GD e criar novas oportunidades de negócios.
Conforme explicado no evento realizado pelo Grupo CanalEnergia, os comercializadores terão a função de agregar a energia excedente da mini e microgeração. Ao invés de cada um dos consumidores negociar na CCEE a sua parcela, um comercializador reuniria essas sobras de várias unidades em um bloco só, como se fosse uma usina virtual. Ainda durante o evento, o presidente executivo da Abraceeel, Reginaldo Medeiros, disse que a criação do comercializador varejista seria o responsável por aglutinar essa carga excedente.
Na avaliação de Cesar Pereira, gerente executivo de Atendimento ao Mercado, essa comercialização de excedentes abre caminho para a criação de novos modelos de negócios, como empresas especializadas na implantação e exploração das centrais geradoras, investidores parceiros, alugueis de telhados e até mesmo a criação de comunidades elétricas para a viabilização de um projeto. Essa proposta ainda é inicial e deverá passar por mais discussões para a viabilização da comercialização, como a incidência de tributos e o custo do transporte da energia.