O Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia atingiu em junho o recorde histórico de negociação na plataforma. Foram 734 MW no mês. Em maio, a plataforma já havia batido outro recorde histórico quando negociou 140 MW em um único dia. O BBCE deve fechar julho com 2 mil MW negociados e até junho as negociações somam R$ 230 milhões. De acordo com Victor Kodja, presidente do BBCE, a variação de preços no curto prazo ocasionada por fatores como a redução da carga e manutenção de níveis nos reservatórios motivou a boa performance. "Isso acaba trazendo negociação", explica.

Ainda de acordo com Kodja, em maio as negociações envolvendo o produto semestral dominaram a plataforma. Já em junho, o destaque foi para o produto anual, visando 2016. Depois de um 2014 com uma performance excepcional, a intenção do BBCE é ter em 2015 uma boa atuação, já que o cenário de retração econômica e mudança no PLD dificulta a repetição. "Esse ano vai ser bom, a gente estima que possa atingir de 3.200 MW até 3.500 MW até o fim do ano", aposta. 

A maioria das negociações envolveu produtos de fontes convencionais e cerca de 70% foram para o curto prazo. Outro dado favorável para o BBCE nesse ano na plataforma é a atração de novos participantes. Em 2015 foram 15 novos acessantes inscritos e são mais de 40 operando ativamente dentro da plataforma. "O mercado cada vez mais olha para nossa plataforma como uma referência", observa. Kodja acredita que a até o fim do ano a curva de preços do BBCE deve ser apresentada. Em agosto devem começar os testes. Já a nova versão do aplicativo do BBCE, que vai permitir que a negociação seja feita de qualquer lugar por meio de computador, tablet ou smartphone deve ficar para o ano que vem.

Outra intenção de Kodja é aproximar mais o BBCE do mercado financeiro e aos órgãos do setor, como o Operador Nacional do Sistema Elétrico, a Agência Nacional de Energia Elétrica e o próprio Ministério de Minas e Energia. Segundo ele, apesar de saber que a comercialização de energia não é um dos assuntos prioritários do governo, a plataforma deve ser apresentada. "A gente precisa fazer uma aproximação para mostrar que o desenvolvimento das plataformas é uma realidade", conclui.