Dados divulgados nesta quarta-feira, 1° de julho, pela Empresa de Pesquisa Energética evidenciam o racionamento velado em que vive o país. A economia mais fraca e as tarifas mais altas seguem inibindo o consumo de energia elétrica no Brasil. Com isso, o consumo nacional atingiu 38.196 GWh em maio, 2,2% abaixo do registrado em igual mês em 2014. De janeiro a maio, o consumo de energia acumula queda de 0,9% em comparação com igual período de 2014, redução de 1.838 GWh.

Segundo a EPE, o consumo industrial segue em queda generalizada: alcançou 14.320 GWh, queda de 4,2% em relação a maio de 2014. "Esta queda espelha o fraco desempenho do setor industrial, que vem reduzindo a produção, em função do recuo da demanda interna e do acúmulo de estoques", evidencia a Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica, edição n° 93.

Dos 36 setores da indústria analisados pela EPE em maio, apenas 8 apresentaram aumento na demanda de energia (destaque para Papel e Celulose [+8,2] e extração mineral [+8,9%]). A maior retração no consumo de energia ocorreu no setor automobilístico (-14%). O setor metalúrgico, que é o maior segmento em termos de consumo de energia, apresentou a segunda maior retração (-11%).

Em maio, o consumo de energia nas residências brasileiras caiu 2,5% e no setor de comércio e serviços cresceu apenas 0,5% em relação ao mesmo mês do ano passado, atingindo 10.610 GWh e 7.296 GWh, respectivamente.

Em maio de 2015, o consumo de eletricidade na região Sudeste registrou retração de 3,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior, atingindo 19.248 GWh. Com 34,5 milhões de consumidores de eletricidade (aproximadamente 44% do país), a região Sudeste concentra 55% do PIB nacional, respondendo por cerca de metade do consumo total de energia na rede e de 53% do consumo industrial. No Sul, o consumo em maio foi de 6.795 GWh (+0,3%); no Norte foi de 2.601 GWh (-3,1%); já o Nordeste apresentou alta de 2,8%, totalizando 6.185 GWh.