Desde o ano de 2013 com o leilão solar de Pernambuco, realizado em dezembro, as atenções de empresas estrangeiras têm se voltado para o país. Os atrativos são os índices de irradiação e a perspectiva de um mercado potencial que está na casa dos GW em termos de capacidade instalada. Nesse ambiente é que a Conergy, uma empresa com sede em Hamburgo, Alemanha, pretende trabalhar com mais celeridade por aqui de olho na Geração Distribuída e leilões da Aneel.

No Brasil, a empresa iniciou as suas operações no primeiro semestre de 2014, mas foi fundada no final da década de 1990. A companhia que era uma fabricante de equipamentos mudou seu core business em decorrência de uma quase falência para se tornar uma geradora, operadora e EPCista de usinas solares, tanto para a GD quanto para projetos de larga escala.
Por aqui a empresa possui um pipeline de projetos que somam 10 MW de capacidade instalada somente em GD. O foco nesse mercado está, nesse momento, para projetos a serem instalados no comércio e na indústria. Segundo Eduardo Abreu, diretor da empresa no Brasil, a meta para esse ano é colocar “alguns MW em operação”. Nos próximos anos, a meta de 10 MW anuais continua.
Já em projetos de geração centralizada, contou ele em entrevista à Agência CanalEnergia, a empresa participou do primeiro leilão da Aneel dedicado à fonte solar. “Não vendemos energia porque o preço estava um pouco abaixo do que entendemos ser viável para nós”, disse Abreu. Mas, a companhia vê com otimismo os próximos certames no país e deverá novamente colocar o mesmo projeto, localizado na Paraíba e com 50 MW de capacidade instalada, na disputa. “Temos interesse em adquirir mais projetos no Brasil, mas no mínimo queremos os 50 MW instalados”, acrescentou.
O projeto da Conergy no Brasil é encarado pela empresa como estratégico. Isso porque a companhia é controlada atualmente pela gestora de investimentos Kawa Capital Management, com sede em Miami, empresa liderara por um brasileiro, Daniel Ades e seus sócios. A aquisição ocorreu em 2013. A empresa projeta fechar 2015 com um faturamento acima de US$ 700 milhões em termos mundiais, resultado da operação e construção de 900 MW em capacidade mundial. Somente este ano a empresa espera concluir 450 MW em projetos solares.
A participação do Brasil nesse montante, confirma Abreu, ainda é baixa até por que a empresa ainda está em processo de instalação de ativos de GD por aqui. Contudo, diz, sem revelar números, que o potencial do mercado nacional é grande e como está em seu início promete entregar um crescimento agressivo, principalmente nos primeiros anos, assim como o que vem ocorrendo com a energia eólica desde 2009.
Muito desse desenvolvimento, avaliou o diretor da Conergy, dependerá ainda da questão financiamento. Se houver os mecanismos mais eficientes a competitividade da fonte aumentará bastante. Ele cita que hoje em dia essa competitividade ante as tarifas do mercado regulado já são vistas em um grande número de regiões do país. Contudo, a velocidade de avanço do mercado dependerá das condições de acesso a linhas de financiamento para a implantação da GD.
“O potencial do Brasil é imenso, somente em GD é de mais de 20 GW, mas olhando para o potencial de viabilidade com base técnica esse volume cai, mesmo assim, está na casa dos GW”, disse ele. “Já no mercado de grande escala os preços vão continuar em queda muito por conta dos equipamentos e somado a isso, quanto mais avança o conhecimento local com as usinas que estão se instalando é possível reduzir o preço pela agilidade em se implantar um projeto desses”, projetou.