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O risco país ficou imensurável após as delações de Joesley Batista, dono do Grupo JBS, colocarem o presidente Michel Temer na mira da Lava Jato nesta semana. Essa foi a avaliação de Gilberto Caviglia, diretor de Novos Negócios da construtora Cesbe. A empresa, em parceria com a Fasttel, foi uma das vencedoras do leilão de transmissão realizado no dia 24 de abril, estreando como investidora nesse segmento.

A entrevista com a Cesbe estava prevista para ser realizada no início da semana, mas por motivos de agenda, acabou sendo adiada para esta sexta-feira, 19 de maio. Ao ser questionado sobre a perspectivas de continuidade de investimentos em infraestrutura no Brasil, o executivo foi sincero em sua resposta.

“Até poucos dias atrás a resposta seria outra. Hoje estamos como todos os brasileiros, perplexos, aguardando para saber que tipo de risco vem pela frente. O risco país hoje é imensurável, mas acredito que a coisa vai se normalizar. A infraestrutura no Brasil é carente. Acreditamos que tudo vai ser superado”, disse Caviglia.

Até poucos dias atrás a resposta seria outra. Hoje estamos como todos os brasileiros, perplexos, aguardando para saber que tipo de risco vem pela frente

O conteúdo das delações de Batista veio a público na noite de quarta-feira, 17 de maio, em reportagem do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo. As informações causaram um terremoto em Brasília, paralisando comissões no Senado Federal e na Câmara dos Deputados. Simultaneamente, chegava ao fim, no Rio de Janeiro, o primeiro dia do mais importante congresso de energia elétrica realizado no Brasil, o Enase.

Durante a parte da manhã do evento, havia um ar de otimismo entre os empresários. O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho (PSB-PE), ganhou uma placa das associações do setor como forma de agradecimento por tudo que foi realizado pela pasta durante nos últimos 12 meses.

“A gente estava vindo de um momento crítico, parecia que as coisas iam melhorar e agora a gente vai esperar um pouco para ver o que vai acontecer”, lamentou Paulo Talamini, diretor Comercial da Cesbe. O executivo concorda que uma mudança na atual equipe de governo poderia ser desastrosa para a economia brasileira. “Mas se for seguida a Constituição, tenho esperança de que os rumos que vinham sendo tomados vão ser mantidos.”

As operações de empréstimos do BNDES também são alvos de investigação pelo Polícia Federal. O grupo frigorifico JBS recebeu aportes bilionários do banco de fomento a partir de 2007. No Brasil, os investimentos em infraestrutura são financiados pelo BNDES. Talamini disse que os empresários já estavam encontrando dificuldade para conseguir financiamento junto ao banco e acredita que com uma maior vigilância sobre as operações do BNDES a liberação de empréstimos ficará mais restrita. “Vemos obras contratadas, com licenças, que não foram iniciadas por falta de financiamento.”

O custo do empreendimento arrematado pela Cesbe no leilão de transmissão está estimado em R$ 150 milhões.  Além da subestação na cidade de Londrina, o lote é constituído por linhas que somam mais de 108 km de extensão, e interliga as cidades de Umuarama, Guaíra, Londrina e Apucarana, no norte do Paraná.

Talamini disse que, independente do financiamento do BNDES, a companhia tem capacidade de construir o projeto com recursos próprios, mas reconhece que o financiamento do banco contribuí para melhorar a viabilidade do empreendimento. Apesar da turbulência política, a empresa afirmou que pretende continuar investindo no setor de infraestrutura no Brasil.

Parceria com a EDP
No mesmo leilão, a EDP Energias do Brasil arrematou importantes lotes no norte do Brasil, com projetos que somam 1.184 km de extensão de linhas de transmissão. A Cesbe, também em parceria com a Fasttel, será responsável pelo desenvolvimento dos projetos e execução das obras dos lotes 7 e 11, localizados no estado do Maranhão.

“Depois da participação bem-sucedida da Cesbe na execução de diversas usinas hidrelétricas para a EDP, ficamos muito satisfeitos com a responsabilidade confiada para a realização dos novos projetos de nosso cliente”, conclui Talamini.