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A divulgação pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro que a qualidade no fornecimento de energia no país piorou nos últimos anos mostrou que a distribuição de energia é um problema que também afeta a economia do estado. Em debate nesta terça-feira, 11 de julho, na sede da Firjan, ficou evidenciada a preocupação com o assunto. De acordo com Tatiana Lauria, Especialista em Infraestrutura da Firjan, há uma relação entre a competitividade e a qualidade da energia. “Qualidade é questão de política energética e de desenvolvimento industrial”, avisa.

Falhas no fornecimento podem levar a interrupção de processos produtivos, descarte de material e danos irreversíveis a equipamentos. Mauro Barroso, vice-presidente do cluster automotivo do Sul Fluminense, vê a qualidade da energia com preocupação. Ele quer uma mudança nos parâmetros do DEC, reduzindo o limite de três minutos atuais. “Trinta segundos para a indústria automotiva é um carro perdido”, explica. Segundo Barroso, executivos estrangeiros têm dificuldade em entender a complexidade dessa situação do estado.

Já Luiz Césio Caetano, presidente da Representação Regional Firjan Leste Fluminense, lembrou que a região concentra atividades industriais que tem na energia fator preponderante. Segundo ele, as regiões com índices piores vão ter dificuldades no seu desenvolvimento. Ele ressaltou ainda que os problemas na qualidade afastam investimentos do estado, que já passa por uma forte crise econômica. ” Os índices não encorajam investidores”, observa. A Aneel destinou investimentos de R$ 362 milhões em reforços na transmissão no estado, que estão sendo feitos por Furnas. A LT 500 kV, Fernão Dias-Terminal Rio vai ter investimentos de R$ 890 milhões e será implantada pela Alupar.

Para Edvaldo Santana, presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres, a qualidade na energia não é uma questão simples, porque envolve investimentos. “Custa caro e a tarifa já é alta. Chegar no meio termo é complicado”, pondera. A migração para a rede básica de clientes industriais poderia ser uma alternativa. Para o presidente da Abrace, poderia haver uma cobrança por parte do regulador, questionando o que seria necessário para que ela fosse alcançada.

Um dos alvos das reclamações, a Enel Distribuição Rio, que distribui energia para mais de 60 cidades do estado, vem fazendo movimentos para mudar o cenário e interromper a trajetória crescente de perda. A concessionária investiu cerca de R$ 1,5 bilhão nos últimos anos. Ramon Castañeda, diretor presidente da Enel Rio, que também participou do debate, lembrou que de dezembro de 2015 a junho de 2017, o DEC da distribuidora foi reduzido em 28% e o FEC caiu 8% no mesmo período. “Ainda temos muito trabalho pela frente e vamos continuar nos próximos anos”, relata.

O êxito operacional veio devido a incrementos em ações como podas de árvores e mais de 150 mil ações de correções de defeitos. Na rede elétrica, mais de 600 quilômetros de rede aérea foram substituídos por rede semi-isolada, isolada ou subterrânea. A Enel Rio também adquiriu mais de 3.000 equipamentos de monitoramento remoto.

O executivo gostaria que a Agência Nacional de Energia Elétrica tivesse um outro olhar sobre a área de concessão de modo a impactar nos seus índices de qualidade. A questão da violência afeta bastante a empresa e ela vem tentando que a sua operação tenha uma avaliação diferenciada. Estimativas indicam que o número de clientes dela localizados em áreas de risco cresceu quase 500% desde 2008, subindo de 75 mil para cerca de 450 mil – cerca de 15% da base total de clientes. Investimentos de modernização na rede e em tecnologia ainda não são reconhecidos na composição da tarifa.  “Para continuar e acelerar essa melhora na rede seria muito importante incorporar uma forma de reconhecimento desses investimentos que hoje não existe”, comenta.