A operação das usinas termelétricas Cuiabá, Araucária, Uruguaiana e Termonorte 2 podem garantir ao Sistema Interligado um reforço de 1500 MW, além dos 1.400 MW em importação de energia autorizada da Argentina e do Uruguai. O cálculo é do diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Luiz Eduardo Barata.

Há uma orientação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico para que a Petrobras procure trabalhar no sentido de garantir o suprimento de combustível a um grupo de usinas termelétricas que estão indisponíveis e que podem reforçar o sistema. É o caso das UTEs Cuiabá e Araucária. Pertencente à JBS, Cuiabá tem uma disputa com a Petrobras em torno do contrato de suprimento, mas a ideia, segundo o ministro interino de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, é dar segurança à estatal para que ela possa segregar a questão judicial do abastecimento.

Uruguaiana, que também é a gás e está localizada na fronteira com a Argentina, não tem condições de ser suprida pela estatal e depende da aquisição do produto do país vizinho. No caso da Termonorte 2, que é a óleo combustível, o problema é financeiro, já que a proprietária da usina está inadimplente com o pagamento do combustível.

A lista de empreendimentos divulgada pelo Ministério de Minas e Energia após a reunião mensal do CMSE da última quarta-feira, 4 de outubro, inclui a UTE Termo Fortaleza.  A usina não tem problemas com a Petrobras e está momentaneamente parada porque o terminal de regaseificação que garante o fornecimento do combustível está em manutenção.

“Estamos analisando o custo da geração térmica fora da ordem de mérito, enquanto aguardamos a estação chuvosa. Se  tivermos uma estação chuvosa melhor do que a gente teve no ano passado, pode não precisar de medida nenhuma,” disse o diretor do ONS, durante o encontro anual da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica com seus convidados.

Para Barata, é preciso fazer a administração do sistema com atenção, para não tomar decisão atrasada, nem antecipar decisão que pode custar caro ao sistema. “Nós insistimos que não há risco de desabastecimento”, disse o executivo, ao lembrar que em outubro o país está no patamar 2 da bandeira vermelha e a expectativa é de que essa bandeira se mantenha.

A previsão do CMSE é de que ao final de novembro os armazenamentos equivalentes dos reservatórios no Sul, Nordeste e Norte  devem atingir níveis inferiores aos verificados em 2014, que foi o ano mais crítico do histórico recente. No Sudeste/Centro-Oeste, o armazenamento deve ficar próximo ao verificado naquele ano.