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O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico decidiu contrariar as indicações do modelo de operação e de formação de preços ao autorizar a geração de usinas termelétricas mais caras, até ter clareza de que a estação chuvosa está instalada de fato. Com as chuvas previstas para as duas primeiras semanas do mês, os custos definidos no Programa Mensal de Operação de novembro apontam para a possibilidade de desligamento de térmicas até R$ 702,50/MWh, mas essas usinas permanecerão ligadas em razão do nível dos reservatórios das hidrelétricas, que está muito baixo para essa época do ano.

A geração térmica fora da ordem de mérito será iniciada na madrugada deste sábado, 4 de novembro, e vai valer para a semana operativa encerrada no próximo dia 10, segundo nota do CMSE. “É uma situação delicada. Conceitualmente, nós sempre reafirmamos que a geração fora da ordem de mérito era um recurso excepcional. Resistimos, em muitas ocasiões, a comandar o despacho fora da ordem de mérito, mas, afinal, estamos vivendo um momento excepcional e ele vem sendo considerado”, reconheceu o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, em entrevista à Agência CanalEnergia.

Com base nas indicações do PMO, o Comitê  se reuniu por teleconferência nesta sexta-feira, 3 de novembro, para aprovar a aplicação da Gfom pelo Operador Nacional do Setor Elétrico. Em reunião extraordinária realizada na última quarta-feira, 1º, não houve nenhuma indicação do CMSE de que a operação de usinas mais caras poderia ser autorizada. A possibilidade de acionamento dessas térmicas havia sido anunciada pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho.

Pela lógica do sistema, o ONS determina a operação das usinas com despacho centralizado das mais baratas para as mais caras. Na situação atual, térmicas que já vinham operando foram mantidas, mesmo com a queda em 9% no Preço de Liquidação das Diferenças da segunda semana de novembro. O PLD saiu do teto de R$ 533,82/MWh para R$ 483,21/MWh em todos os submercados, com a expectativas de maiores afluências nos reservatórios do Sudeste nos próximos dias.

“Nós estamos tomando uma decisão fora da ordem de mérito mesmo”, reforçou Pedrosa. Com o agravamento da situação hidrológica provocado pelo atraso na transição para o período chuvoso, o CMSE tem se reunido semanalmente para reavaliar as condições de atendimento ao sistema elétrico.

“Eu não me lembro de isso ter acontecido nos últimos anos. A situação não é de comprometimento do abastecimento, mas de preços muito altos. Então, nós temos a obrigação de tentar gerir esse período para evitar ter que usar todos os recursos, inclusive os mais caros, lá na frente”, completou o secretário. O argumento é de que é melhor ser conservador em novembro e esperar a consolidação do período úmido, enquanto são trabalhados aperfeiçoamentos no modelo de operação.

Na condição atual, em que há indicação de chuvas nos próximos 15 dias, o modelo faz uma leitura “extremamente otimista”, sem levar em conta a situação dos reservatórios. Essa distorção já havia sido apontada pela Agência Nacional de Energia Elétrica, ao abrir audiência pública no fim do mês passado com a proposta de alteração dos critérios de acionamento das bandeiras tarifárias.

O mecanismo reflete mensalmente eventuais aumentos do custo da geração de energia, que são cobrados do consumidor por meio de uma adicional tarifário na conta de luz A situação real dos reservatórios, pela proposta da Aneel, passa a ser a nova variável introduzida na definição das bandeiras.

O mesmo critério foi usado agora pelo CMSE, ao considerar que é mais prudente esperar uma melhor definição do quadro hidrológico. “Se eu desligar térmica agora, e dezembro, janeiro e fevereiro não forem muito bons, lá na frente eu não tenho térmica para segurar [a necessidade de despacho]. Então, é melhor manter um pouquinho mais de térmica agora, esperar para ver o que vai acontecer, e, se lá na frente dezembro estiver bom, eu posso diminuir o despacho fora da ordem de mérito e estou mais tranquilo”, pondera Pedrosa.

Ele lembrou que medidas adicionais de atendimento à carga já anunciadas pelo comitê estão mantidas, como a importação de energia da Argentina e o esforço para garantir o combustível para as termelétricas de Cuiabá (MT), e de Uruguaiana (RS), que depende de acerto para o suprimento da gás pela Argentina.