O Sol que sempre castigou a região Nordeste do país pode ser, em futuro próximo, o principal vetor de transformação da vida do nordestino. Neste mês, o Governo de Pernambuco concluiu e disponibilizou seu Altas Eólico e Solar. O estudo aponta para diversos cenários, sendo que o potencial economicamente viável para produção de energia elétrica indica que o Estado poderia receber 700 GW em projetos fotovoltaicos e 15,3 GW em parques eólicos. Atualmente, a capacidade instala de geração do Brasil totaliza 156,1 GW, sendo 12,1 GW em energia eólica e apenas 428 MW em energia solar.

O estudo contou com três anos de pesquisa e foi realizado pela Aeroespacial, empresa de consultoria que atua no setor de energia. O Atlas Eólico e Solar de PE é o primeiro no Brasil a usar dados de empresas, satélites, modelos meteorológicos (WRF) e microescala (WindSim). Também inovou por tratar de geração híbrida (eólica-solar), geração distribuída e por ser disponibilizado integralmente em linguagem para Internet, com mapas em alta resolução disponíveis para o público. Dispensou-se a publicação em papel, em prol da facilidade de atualizações.

“As energias eólica e solar vão promover uma melhora na vida do Nordeste inteiro”, diz Paulo Ferreira, diretor executivo da Aeroespacial Tecnologias, em entrevista à Agência CanalEnergia. “O nível de radiação em Pernambuco permite fazer parque solar em qualquer lugar do território”, destaca.

O Atlas é útil por servir de material inicial para investidores interessados no setor de energia. O objetivo do governo pernambucano é fomentar o uso de energias renováveis e atrair esses investidores para o estado, promovendo desenvolvimento econômico para a população local.

Os estudos foram coordenados pela sócia da consultoria Caarem Studzinski, meteorologista com passagem pelo INPE e empresas de alta tecnologia no Brasil e no exterior. “O Atlas que está disponível para o público é apenas a ponta do iceberg”, pondera Caarem. “Os resultados em termos de formação de capital humano, da coleta da imensa base de dados montada e o desenvolvimento de técnicas de modelagem específicas para geração de energia são conquistas da Aeroespacial que terão desdobramentos por muitos anos”, diz a meteorologista.

Foram utilizados dados de mais de 100 anos, oriundos de cerca de 350 estações pluviométricas, meteorológicas, solarimétricas e anemométricas. O Atlas mostra ainda que Pernambuco tem uma rede de transmissão e distribuição cobrindo todo o estado, o que viabilizaria a exploração do potencial energético do estado. O estudo pode ser acessado pelo endereço eletrônico: http://www.atlaseolicosolar.pe.gov.br/.