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A Alupar encerrou os três primeiros meses do ano com lucro líquido de R$ 298,8 milhões, uma alta de 17,2% na base IFRS. O resultado ebitda avançou 14,9% para R$ 932,5 milhões. A margem ebitda recuou para 76,2% ou 5,3 p.p. a menos do que o reportado em 2024. Essa redução deve-se à elevação do IGP-M e do IPCA que elevaram a conta de correção monetária em R$ 116 milhões. A receita líquida aumentou 22,8% na comparação dos o mesmo período de 2024, alcançou R$ 1,2 bilhão.

Já na base de resultados regulatórios, o lucro da companhia somou R$ 140,1 milhões, queda de 9%, o ebitda avançou 2,5% e a margem ficou em 80%, redução de 4,6 p.p. Essa modalidade de contabilização é utilizada para calcular os proventos pagos aos acionistas. Nesse sentido, o conselho aprova distribuição de R$ 69,2 milhões em dividendos.

Segundo o diretor de Relações com Investidores da companhia, Luiz Coimbra, um dos destaques ficou com o curtailment que afetou os ativos de geração que ficam em sua maioria no Norte e Nordeste. Na fonte solar, o índice de geração frustrada foi de 24% e para eólicas de 16% esse trimestre. Ele explica que o desligamento do bipolo de Belo Monte foi um dos responsáveis pela elevação desses cortes.

“Nesse trimestre houve um fator novo que foi o descolamento de valores entre os submercados. Começou em fevereiro, mas foi intensificado em março”, apontou o executivo. “Como temos uma parte da energia gerada no N e NE e vendemos uma parcela importante no Sudeste, tivemos uma conta para a compra de energia elevada nesse trimestre”, comentou ele ao CanalEnergia.

Nesse mesmo período do ano passado essa conta foi de R$ 11 milhões, em 2025 aumentou para R$ 31 milhões, resultado do curtailment e desse descolamento de preços entre submercados.

Com essas incertezas – mudanças no CvAR, curtailment, custos e preços baixos de contratos – no radar a Alupar acabou por desistir de projetos eólicos. Isso causou o impacto de mais R$ 9 milhões que é o valor do dispêndio feito com o desenvolvimento dos empreendimentos. Ele aponta que a empresa não obteve a viabilidade econômica em projetos no Ceará e no Rio Grande do Norte. “Com o cenário atual de preços baixos e incertezas não faz sentido continuarmos”, revelou. “Descontinuamos os parques EAP de 3 a 7 no complexo eólico”, informou.

Hoje 80% da geração de caixa da Alupar está no segmento de transmissão, que cada vez mais se fortalece como o core business da empresa. A diversificação de receitas é saudável, diz o executivo, mas concluiu que o setor não passa por boa fase desde 2013. Começou com a crise hídrica com GSF e agora com o atual cenário das renováveis. Por isso, a tendência é de que a transmissão tome um espaço ocupado pela geração – que no caso da Alupar inclui as receitas de comercialização.

“A comercialização só atua com a gestão de nosso portfolio de energia, não fazemos trade com energia de terceiros”, explica. “Com nosso ciclo de investimentos que prevê R$ 8 bilhões em transmissão no médio e longo prazo, a tendência é a de que a relação de receitas avance para 85% em transmissão e 15% em geração”, afirma.

Em transmissão, a empresa reportou uma relativa estabilidade na disponibilidade de ativos. Houve um recuo de 99,9% para 99,3% no primeiro trimestre deste ano. Contudo, o impacto financeiro apresentou uma variação de R$ 1,3 milhão ante o reportado um ano antes. A parcela variável da Alupar teve impacto de R$ 3 milhões.

“O ano de 2025 começou com importantes marcos na implantação dos nossos projetos, sendo que a TCE e a ELTE já estão em fase final. Neste ano também concluímos a incorporação da TAP pela TECP, movimento que vai trazer ganhos de eficiência na estrutura de capital e na gestão de implantação e operação dos ativos”, destacou o executivo. Ele acrescentou ainda que foi aprovado um novo reforço para a transmissora ETVG, no Mato Grosso, com Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 9,9 milhões e uma relação RAP/CAPEX de 13,7%

Somente o segmento de transmissão, em IFRS, apresentou lucro líquido de R$ 474,9 milhões, alta de 23,4%, o resultado ebitda dessa unidade de negócios avançou a R$ 826,8 milhões, crescimento de 18,2% ante mesmo período do ano passado. A receita do segmento aumentou em 23,3% para R$ 1 bilhão.

Em geração, o resultado foi de R$ 15,8 milhões, retração de 34,9%, o ebitda recuou 4,5%, para R$ 117, 3 milhões e a receita avançou 20,4% para R$ 224,3 milhões.

No consolidado, a dívida liquida da Alupar ficou em R$ 8,9 bilhões aumento de 2% ante mesmo período do ano passado. Contudo, a alavancagem recuou de 3,5 vezes a relação entre a dívida líquida sobre o ebitda para 2,8 vezes.