A Auren reportou queda de 64,3% em seu lucro líquido no 1º trimestre de 2025. Foram R$ 54 milhões ante os R$ 151,3 milhões do mesmo período do ano passado. O resultado ebitda somou pouco mais de R$ 1,4 bilhão, alta de 46,6% na comparação com os três primeiros meses de 2024. Já o ebitda na linha ajustado aumentou 65,7%, para R$ 1,2 bi no período. O segmento de geração foi responsável por pouco mais de R$ 1 bilhão e a comercialização por quase R$ 165 milhões.
A receita líquida apresentou alta de 33,6%, alcançou R$ 3 bilhões no período. A margem líquida ficou em pouco mais de R$ 1,4 bilhão por conta de custos com compra de energia que somaram R$ 1,3 bilhão e Encargos do uso da rede com R$ 180 milhões.
A produção de energia dos ativos próprios foi de 3,8 GW médios, volume 30,8% superior ao mesmo período de 2024. Os ativos hidrelétricos geraram 2,5 GW médios, 24,2% acima da garantia física e 23,2% superior nessa linha de comparação ao ano passado. Os ativos eólicos geraram 995 MW médios, 41,3% superior ao mesmo período de 2024 e equivalente a 100,8% da certificação de geração no P90 e 92% do P50. Esse resultado, explica a Auren, foi impulsionado principalmente pela operação plena de 1,5 GW de capacidade dos ativos Tucano, Cajuína e Sol de Jaíba, que estiveram em ramp-up ao longo de 2024.
O deslocamento da produção hidrelétrica (GSF) no trimestre foi de 107%, comparado a 90% mesmo período do ano anterior, contribuindo para os resultados da companhia.
Em termos energéticos nos três primeiros meses do ano, o impacto combinado do curtailment nos ativos eólicos e solar fotovoltaicos da companhia foi de 6,1% (81,8 MW médios) do P50, excluídos a totalidade dos eventos motivados por Razão de Indisponibilidade Externa. Quando observados os dados totais, os cortes foram na ordem de 14,8% (198,7 MW médios), sendo que 5,4% (72 MW médios) são ressarcíveis, uma vez que foram eventos subsequentes ao atingimento da franquia para fins de ressarcimento de eventos de REL.
Em termos financeiros, o impacto do curtailment no portfólio de ativos, líquido da parcela ressarcível relativa aos cortes classificados como REL após o atingimento das franquias, foi de R$ 49 milhões. Desse valor, R$ 16 milhões representam a parcela não ressarcível (antes do atingimento da franquia de horas) dos cortes classificados como REL, R$ 20 milhões representam os cortes por Confiabilidade e R$ 13 milhões os cortes por Razão Energética. Contudo, a Auren reporta ganhos de modulação da ordem de R$ 18 milhões, que somados aos R$ 49 milhões de impacto do curtailment, resultam num impacto líquido de R$ 31 milhões para o portfólio geral da empresa
A capacidade instalada operacional da Auren totalizou 8.799 MW, dos quais 4.746 MW correspondem à fonte hidrelétrica, 3.176 MW correspondem à fonte eólica e 876 MWac correspondem à fonte solar
Em comercialização, o volume de energia comercializada somou 4,9 GW médios em um cenário com elevada volatilidade de preços e diferenças entre submercados, fator que explica o crescimento de 217,8% comparado ao mesmo período do ano passado.
A integração dos ativos da AES Brasil continua no foco. A empresa informou que já concluiu os marcos de D1 e D100, em relação à data de fechamento da operação que ocorreu em 31 de outubro de 2024, sem intercorrências. As etapas em andamento incluem a unificação dos centros de operações e centro de serviços compartilhados, a migração da totalidade dos sistemas da AES Brasil para os sistemas da Auren, e o fortalecimento da cultura de gestão e eficiência. A conclusão da integração com a AES Brasil está prevista para o segundo semestre de 2025.
A dívida liquida da companhia chegou a R$ 19 bilhões ao final de março, incremento de apenas 0,2% na comparação com mesmo período de 2024. Assim, a alavancagem da Auren, medida pela relação entre a dívida liquida sobre o resultado ebtida recuou de 5,7 vezes para 5 vezes.