O lucro líquido da Energisa no ano de 2017 aumentou quase duas vezes na comparação com os ganhos de R$ 195 milhões de 2016, passou a R$ 572,6 milhões. No quarto trimestre o resultado ficou positivo em R$ 232 milhões, alta de mais de 5 vezes quando comparado aos mesmos meses de 2016. O resultado ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado e sem a venda de ativos da empresa apresentou aumento na base anual de 15,7%, passando a R$ 2,4 bilhões e no trimestre ficou em R$ 806,6 milhões, aumento de 40,2%.
O lucro anual e trimestral foram influenciado por efeitos não-recorrentes, liquido de impostos que envolveram as distribuidoras do grupo e à própria holding. Sem esses efeitos, afirmou a empresa em seu release de resultados, apresentado na noite na última quarta-feira, 14 de março, ainda assim haveria ganhos, mas estes seriam menores. Na base anual ficaria em R$ 438,3 milhões, crescimento de 51,1% e no período de outubro a dezembro em R$ 102,9 milhões, queda de 32,2%.
A Energisa reportou crescimento no consumo total de energia no ano de 2017 na soma do mercado cativo e livre. A expansão foi de 3,7% quando comparado ao resultado de 2016 com um volume de 29.604,9 GWh. No trimestre houve crescimento de 6,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 7.645 GWh. Considerando o fornecimento não faturado, o consumo foi de 7.746 GWh, aumento de 5% na mesma base de comparação. No final de janeiro, a empresa já havia divulgado os números de seu mercado total.
As perdas totais consolidadas do grupo em 2017 somaram 4.080 GWh, representando 11,81% da energia injetada, queda de 0,04 ponto percentual em relação ao resultado de setembro de 2017 e de 0,57 ponto percentual em relação a dezembro de 2016. Pelo quinto trimestre consecutivo, explicou a empresa, a trajetória das perdas de energia consolidadas apresentou declínio e encerra o ano abaixo do limite regulatório. Em relação às perdas não técnicas consolidadas houve aumento 27 GWh, em função do forte consumo no último trimestre de 2017, mas continua apresentando decréscimo de 169 GWh, em relação a dezembro de 2016.
Em termos de perdas totais, das nove concessionárias controladas, apenas duas estão acima do limite regulatório da Aneel, a Energisa Minas Gerais e a Mato Grosso, com 10,43% e 14,59%, respectivamente, quando os limites são de 9,63% e de 13,68%.
Já os índices de qualidade de todas as distribuidoras do grupo apresentaram redução do FEC em 2017 e continuam abaixo dos limites regulatórios. Em relação ao DEC, os melhores desempenhos ocorreram nas distribuidoras do Sudeste e Nordeste. De todas as distribuidoras, duas estão com o indicador de duração acima do estabelecido pela Aneel, são elas a Energisa Mato Grosso com 25,35 horas ante limite de 23,94 horas e a concessionária do estado de Tocantins com 27,98 horas ante um limite de 27,19 horas. No Mato Grosso do Sul o índice está dentro do limite, mas com a sinalização amarela pela sua proximidade, encerrou o ano em 11,92 horas ante 12,26 horas de limite.
No segmento de comercialização de energia a empresa realizou vendas 52,4% maiores no último trimestre de 2017 ante 2016, alcançando 1.121 GWh. No exercício de 2017, as vendas de energia aos seus 299 clientes verificou acréscimo de 60,4%, para 3.952 GWh. Em número de consumidores houve aumento de 74,9% ante os 171 ao final de 2016.

Os investimentos consolidados ficaram em R$ 456,6 milhões no trimestre, dos quais R$ 285,3 milhões se referem a ativos elétricos. Em 2017, os investimentos somaram R$ 2 bilhões (R$ 1,2 bilhão em ativos elétricos). Com isso a dívida líquida consolidada totalizou R$ 7,2 bilhões em dezembro de 2017, contra R$ 6 bilhões em dezembro de 2016. A relação dívida líquida por Ebitda ajustado ficou em 3 vezes, ante 2,9 vezes em 2016.