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A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial e o Ministério de Minas e Energia assinaram um Acordo de Cooperação Técnica para o desenvolvimento da eficiência energética como instrumento de política industrial. O foco inicial do projeto são os compressores fabricados ou comercializados no país, em suas diversas aplicações, com destaque para refrigeração e climatização.
A proposta da ABDI está inserida no programa Nova Indústria Brasil, do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços, que tem entre seus objetivos promover o adensamento de cadeias produtivas para a transição energética, com base em ações de eficiência e em processos de baixa emissão de carbono.
O projeto tem duração prevista de 24 meses e é voltado para a eliminação de produtos defasados do setor HVAC-R (aquecimento, ventilação, ar-condicionado e refrigeração) no Brasil, com a introdução e o desenvolvimento de novas tecnologias e o aumento da competitividade da indústria local. A eficiência energética entra como um componente importante de economia de energia e descarbonização, além de produzir ganhos econômicos e sociais.
O MDIC está de olho no HVAC, que tem um mercado global de US$ 249,37 bilhões. A indústria de refrigeração e climatização tem sido impulsionada no mundo pela demanda por conforto térmico e eficiência, em razão das mudanças climáticas. A taxa de crescimento anual projetada até 2030 é de 7,5%.
No Brasil, o setor cresceu 12% em 2024, com um mercado total R$ 36,9 bilhões. Os principais fatores, segundo a ABDI, foram a retomada econômica e o aumento das temperaturas.
Uma das características dos equipamentos fabricados por essa indústria é o alto consumo de energia. Na avaliação do governo, há espaço para uma potencial redução de emissões de gases de efeito estufa, por meio de padrões de eficiência energética e modernização tecnológica. E também oportunidade para estimular a competitividade industrial, tornando o Brasil um polo exportador de equipamentos eficientes, alinhado aos padrões internacionais.
“Quando analisamos os números da eficiência energética na indústria brasileira, os gráficos estão abaixo do registrado em anos anteriores. É fundamental reconquistarmos o mercado com aparelhos e equipamentos energeticamente eficientes, aumentarmos nossas exportações e oferecermos produtos melhores à população brasileira,” disse Perpétua Almeida, diretora de Economia Sustentável e Industrialização da ABDI, durante a assinatura do acordo na ultima sexta-feira, 16 de maio.
O ministério foi representado pelo secretário Executivo Adjunto, Fernando Colli, que destacou os estudos a serem desenvolvidos pelas equipes técnicas do MME e da ABDI, focados em equipamentos da chamada linha branca (refrigeradores e ar condicionado), que tem os compressores como componentes centrais.
“O objetivo é gerar subsídios técnicos que apoiem políticas de incentivo à produção nacional de equipamentos mais eficientes, promovendo inovação, sustentabilidade e o uso racional de energia,” disse Colli. Ele lembrou que essa estratégia tem sido adotada pelo MME em outros setores, para garantir a oferta de produtos mais sustentáveis e estimular o aumento da demanda por soluções energeticamente eficientes.
Além do acordo com o ministério, a ABDI tem parceria com o Clasp, entidade não-governamental referência em eficiência energética no mundo. Na primeira fase do projeto será feito mapeamento e estudo da cadeia de valor dos compressores, da demanda atual e do potencial de mercado, além de estudos de benchmarking e casos internacionais, detalhou Márcia Oleskovicz, analista de Produtividade e Inovação do órgão.
A ABDI pretende fornecer subsídios para o Comitê Gestor de Indicadores de Eficiência do MME (CGIEE) na implementação da agenda regulatória 2024-2026.
A agência governamental já vem desenvolvendo um processo de diálogo com a indústria, representada pela Abrava (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento) e a Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), para construir medidas conjuntas, vencendo eventuais resistências. Para a técnica da ABDI, a indústria pode ser capaz de produzir internamente equipamentos melhores.
“O Brasil tem uma vantagem, porque tem uma sistema de inovação muito consolidado. A indústria não acessa esse sistema de inovação. Importa equipamentos defasados.”
O Brasil tem três processos envolvendo equipamentos: o programa de etiquetagem do Inmetro (de acordo com o consumo energético do equipamento), que é obrigatório; o selo Procel para equipamentos mais eficientes, voluntário; e a definição de índices mínimos de eficiência energética pela MME, em parceria com outros órgãos, também compulsório.