Desde 2017 no ambiente de contratação livre, a comercial Milano do Brasil, da área de logística, aproveita os benefícios da decisão. Enquadrada na categoria especial – só pode comprar energia renovável – a empresa já conseguiu uma redução de 473 toneladas de créditos de carbono e já economizou R$ 2 milhões. Recentemente, ela obteve a certificação de uso de energia renovável, emitida pela Comerc-Sineconsult. De acordo com Cácio Rodrigues, gestor de meio ambiente da empresa, a migração veio na esteira de decisões que visavam a sustentabilidade. “O mercado livre se tornou para gente com um potencial enorme de redução de custos associados a energia, que é um dos nossos principais custos”.

Segundo Rodrigues, a intenção era que ela obtivesse um nível de sustentabilidade maior nas suas unidades. A migração para o mercado livre e o enquadramento na categoria especial atendiam os objetivos da empresa, que possui unidades na cidade fluminense de Duque de Caxias. O planejamento da estratégia durou cerca de um ano e recebeu a consultoria de uma comercializadora, a Comerc, que fez os estudos de viabilidade e de mercado. A migração fez com que a Comercial Milano fosse dotada de equipamentos que acompanham o seu consumo de energia, o que permite ver no momento o uso de energia.

Outro aspecto ressaltado por Simone Monteiro, gerente de manutenção e infraestrutura da empresa, é a previsibilidade que ser um consumidor do mercado livre traz para a Comercial Milano. Por estar no mercado livre, a Comercial Milano teve que ter a sua demanda planejada de modo a estabelecer as suas sazonalidades e ter um acompanhamento mais próximo do seu comportamento. A constante subida no valor das tarifas de energia, que tem registrado aumentos mais elevados, foi outro ponto que fez valer a migração. “Como fazemos contratos de longo prazo, a energia é reajustada pelo IPCA, o que nos dá uma previsibilidade de custos maior”, aponta.

A empresa do ramo de logística é uma consumidora intensiva de energia. Focada nos ramos de alimento, ela tem uma atividade bastante específica. Ela possui duas unidades de armazenamento de gêneros, com câmaras frigoríficas que funcionam com temperaturas bem abaixo de zero. Segundo Simone Monteiro, os gastos com energia estão entre as maiores despesas da empresa. A situação econômica no país, em especial no estado do Rio Janeiro, também foi colocada como fator que contribui para a migração.

A política de sustentabilidade da empresa não ficou centralizada apenas na migração para o ACL. Ela já obteve o a certificação ISO 14001. Ações de eficiência energética foram executadas na Comercial Milano. Seu sistema de compressores são os mais eficientes do mercado e ela pratica o reuso da água. Localizada no distrito industrial da cidade, seu nível de ruído é igual ao de zonas residenciais. Houve ainda a avaliação da instalação de um sistema de geração distribuída fotovoltaica.