A Energisa acredita que em quatro anos os índices de perda da Ceron (RO) e da Eletroacre (AC) alcancem os patamares regulatórios estipulados pela Agência Nacional de Energia Elétrica. Em teleconferência com investidores nesta sexta-feira, 31 de agosto, o vice-presidente e diretor de relações com investidores da empresa, Mauricio Botelho, revelou que esse tempo foi o gasto para a adequação das distribuidoras da Rede Energia, adquirida em 2014. “É um prazo razoável para a Eletroacre e a Ceron”, afirmou.

Com essa aquisição, a Energisa passa a atender 25% do território nacional e a ter 7,6 milhões de clientes atendidos. Ainda de acordo com o executivo, a compra das distribuidoras que estavam em poder da Eletrobras terá desafios financeiros menos complexos que na compra da Rede Energia. No curto prazo, são R$ 961,2 milhões em pagamentos. Desse total, grande parte é do passivo da Ceron na CCE, de R$ 822,9 milhões. Além da sinergia com a Energisa Mato Grosso, as duas distribuidoras têm muitas similaridades com outras concessionárias como a do Tocantins e do Mato Grosso, como a concentração por cliente por quilômetro de rede.

O presidente do Grupo, Ricardo Botelho, espera que no ano que vem seja possível fazer uma revisão tarifária após um cadastramento da base de ativos no primeiro ano. Ele disse ainda que durante esses quatro anos de ajuste, o investimento nos dois primeiros será direcionado para a melhoria operacional, com forte combate às perdas e migração de sistemas, já que os atuais não são apropriados. “Vamos correr com isso, teremos que trazer sinergias com serviços compartilhados e ataques às perdas”, avisa. Dos 35 sistemas isolados do país, Rondônia tem 17 e o Acre outros dois. Eles deverão ser eliminados até 2020.

A expectativa da nova dona das concessionárias é que ela também consiga repetir os resultados alcançados na privatização das distribuidoras do Sergipe e da Paraíba, lembrando os prêmios que as distribuidoras do grupo recentemente ganharam. Ricardo Botelho também ressaltou na conferência a estratégia de crescimento da empresa, baseada na alocação prudente de capital.