O governador de São Paulo Márcio França (PSB) disse nesta sexta-feira, 19 de outubro, que o Estado deu exemplo ao país ao conduzir a privatização da concessionária de energia elétrica Cesp. O governo paulista vendeu em leilão sua participação de 40,6% na companhia e espera arrecadar cerca de R$ 1,96 bilhão com a operação. Um consórcio formado pela Votorantim Energia e um fundo de pensão canadense CPPIB serão donos de 35% da Cesp e vão desembolsar um total de R$ 1,7 bilhão pela fatia. O restante das ações, cerca de 5% do capital social, foi colocado à disposição dos empregados da companhia.

“O Estado de São Paulo mais uma vez dá exemplo de uma privatização bem feita, de algo que não é necessariamente público. Certamente nas mãos do grupo Votorantim e do fundo canadense a Cesp vai poder gerar mais empregos e continuar produzindo sua atividade aqui em São Paulo”, declarou o governador, que compareceu na B3, bolsa de valores de São Paulo, para falar com jornalistas após o leilão.

Há 22 anos o Estado de São Paulo tentava vender o bloco de controle da Cesp. Além do valor que será desembolsado pelas ações, os novos compradores terão que pagar um valor adicional de R$ 1,4 bilhão a título de bônus de outorga à União. Esse valor será uma contrapartida pela extensão por mais 20 anos do contrato de concessão da hidrelétrica Porto Primavera (1.540 MW), cuja outorga vence em 2028.

Segundo França, os recursos já estavam previstos no orçamento do Estado paulista e não terão um destino carimbado, mas certamente serão usados para tocar obras em andamento. “No meio de uma situação tão dura e com tantas polêmicas, conseguimos chegar aqui hoje, há alguns dias do segundo turno da eleição e trazer a confiança dos investidores para São Paulo”, completou.

Os funcionários da Cesp têm direito a 5% do capital social da companhia detido pelo governo do estado, equivalente a 16.375.710 ações ordinárias. Destas 1.202.700 ações foram oferecidas a preço subsidiado, a R$ 7,15; e 15.173.010 ações pelo preço mínimo de R$ 14,30. Com isso, a arrecadação total do estado paulista deve chegar a R$ 1,96 bilhão após a conclusão da operação.

A conclusão da transação e a transferência do controle da Cesp está sujeita a autorização dos órgãos reguladores competentes, incluindo a prévia anuência da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a aprovação da operação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). A expectativa que a assinatura do contrato de concessão aconteça entre o fim deste ano e o início de 2019.