O Grupo Energisa registrou lucro líquido de R$ 259,4 milhões no terceiro trimestre de 2018, 93,4% a mais do que os R$ 134,1 milhões obtidos no ano passado. No mesmo período, a receita operacional líquida da empresa totalizou R$ 3,7 bilhões, o que representa crescimento de 12% em relação aos R$ 3,3 bilhões registrados em 2017. Já o EBITDA Ajustado teve expansão de 47,5%, totalizando R$ 764,1 milhões.

Considerando os primeiros nove meses do ano, o lucro líquido cresceu 48,6% em comparação com o período equivalente de 2017, alcançando R$ 505,1 milhões ante R$ 340 milhões. Já a receita operacional líquida fechou em R$ 10,7 bilhões, um saldo 20,9% maior do que os R$ 8,8 bilhões do período de janeiro a setembro do ano passado. O EBITDA Ajustado, por sua vez, passou de R$ 1,6 bilhão para R$ 2,2 bilhões, o que representa um acréscimo de 40,5%.

No período abarcado pelo balanço, o Grupo Energisa fez novas aquisições no Norte do país, consolidando sua atuação na região, onde já opera com a concessão do Tocantins. Com a Ceron, o Grupo passa a atender a 7,3 milhões de clientes, ante 6,7 milhões, em 840 municípios, que correspondem a mais de 20% do território nacional e abrangem quase 10% da população brasileira.

Para Maurício Botelho, vice-presidente Financeiro e diretor de Relações com Investidores da Energisa, a aquisição está em linha com a estratégia de crescimento da companhia e reforça a política de sinergia entre concessões. “Formaremos um grande corredor somando as novas concessões e iremos implementar nas novas distribuidoras uma série de mudanças para recuperar a saúde financeira e operacional, realizando grandes transformações nestas empresas, a exemplo do que fizemos nas concessionárias adquiridas pelo Grupo nos últimos anos”, avaliou, afirmando ainda que a empresa irá usar de toda sua experiência para entregar uma energia de qualidade para tornar a distribuidora de Rondônia uma das melhores do país.

Nos nove meses do ano, a dívida líquida do Grupo totalizou R$ 8,7 bilhões, contra R$ 8,4 bilhões em junho de 2018. Apesar disso, a relação dívida líquida por EBITDA Ajustado caiu de 3,0 vezes em junho para 2,9 vezes em setembro.

Consumo de energia

Os resultados do Grupo também mostram expansão do consumo de energia nos mercados cativo e livre da empresa, com aumento de 2,5%, superior à média nacional de 0,8%. Foram 7.455,5 GWh consumidos no 3º trimestre, na esteira da retomada da economia do país. Nos primeiros nove meses de 2018, esse crescimento foi de 2,8%, sendo a média nacional 1,1%.

O destaque ficou com o segmento rural, impulsionado pela irrigação devido à falta de chuvas, demandando 7,6% mais energia no terceiro trimestre em comparação com igual período de 2017. Já na classe industrial também se observa um crescimento notável de 5,1%, puxado, principalmente, pelos setores de madeira, alimentício e mineração. O consumo residencial, por sua vez, subiu 0,3%, influenciado pelas temperaturas mais amenas em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Todas as distribuidoras do Grupo apresentaram crescimento no período, com destaque para a Energisa Sul-Sudeste, com taxa de 3,9%, impulsionada principalmente pelo setor industrial. No caso da ENF, houve uma redução de 1,6% puxada pelo consumo residencial, que arrefeceu por conta da temperatura mais amena, sobretudo em agosto. “Mais uma vez observamos o crescimento do consumo em nossas áreas de concessão, com forte participação do setor produtivo. A Energisa está em presente nas regiões com potencial econômico mais promissor”, avaliou Botelho.

Investimentos

Os investimentos do Grupo Energisa totalizaram R$ 451,3 milhões no terceiro trimestre. Deste montante, os ativos elétricos, excluindo os recursos provenientes das Obrigações Especiais, receberam R$ 365,2 milhões. Nos nove primeiros meses, os aportes atingiram R$ 1,3 bilhão. Estas aplicações foram focadas na expansão e no reforço da rede elétrica, bem como na melhoria contínua da qualidade da energia fornecida. As maiores cifras de investimento total do trimestre ficaram com a Energisa Mato Grosso, que usou R$ 169,7 milhões, e com a Energisa Tocantins, com R$ 63,0 milhões empreendidos.

Perdas

Em setembro de 2018, as perdas totais consolidadas do Grupo representaram 11,6% da energia injetada na rede, uma queda de 0,23 ponto percentual em relação a setembro de 2017. Considerando o consolidado do Grupo, o percentual de perdas ficou dentro do limite regulatório.

Vale destacar a redução das perdas na Energisa Mato Grosso do Sul e na Energisa Tocantins, que atingiram 12,35% e 12,62%, respectivamente, da energia requerida, ou seja, 1,55 e 1,32 ponto percentual abaixo do limite estabelecido pela Aneel. O resultado representa as melhores performances históricas das concessionárias desde que foram adquiridas pela Energisa, em 2014. A Energisa Nova Friburgo também alcançou o menor valor histórico de perdas: 3,93% contra o limite de 5,84%.