O consórcio que arrematou a Amazonas Distribuidora no leilão da última segunda-feira, 10 de dezembro, deve ganhar dois novos sócios do mercado financeiro, que entrarão com os recursos necessários para garantir os investimentos iniciais no processo de recuperação da empresa. Formado pelas empresas Oliveira Energia e Atem, o novo controlador da Amazonas assumiu o compromisso de investir  R$ 2,7 bilhões nos próximos cinco anos, com aporte inicial de R$ 491,4 milhões, além de pagar R$ 50 mil pela concessionária.

A negociação para a entrada de novos parceiros foi confirmada pelo presidente da Oliveira Energia, Orsine Oliveira, que não quis revelar quem seriam os investidores. O executivo informou que há vários bancos interessados em conceder empréstimos para garantir os investimentos previstos para a distribuidora. “Para vocês terem ideia do potencial que tem  essa privatização, nesses dois últimos dias a gente tinha a impressão de que não ia ter ajuda de banco nenhum. Depois do leilão tem dez”, afirmou.

O empresário assinou nesta terça-feira, 11, o contrato de concessão da Boa Vista Energia, que passará a se chamar Roraima Energia. A distribuidora adquirida pelo Consórcio Oliveira-Atem no dia 30 de agosto desse ano recebeu um aporte inicial de R$ 175 milhões. O dinheiro será usado para investimentos na companhia durante o ano de 2020, e  somente em 2021 é que a empresa pretende recorrer aos bancos para obter financiamento.

No caso da Amazonas, as empresas terão 90 dias para fazer a capitalização inicial. “Vamos ver se conseguimos antes”, disse Oliveira. Além do compromisso de investimento, a empresa assumirá uma dívida de R$ 2,1 bilhões da distribuidora amazonense.

Orsine Oliveira acredita que uma liminar concedida ontem pelo Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, após o leilão da distribuidora, não invalida o resultado do certame. O executivo também não vê riscos de retrocesso nas medidas de flexibilização previstas na MP 855, que garantirão fôlego financeiro para a recuperação da Amazonas Distribuidora, mesmo que a MP perca a validade sem ser votada pelo Congresso. “Nós não acreditamos nisso”, disse, lembrando que as distribuidoras eram deficitárias e davam prejuízo ao governo.

Sem tradição na área de distribuição de energia, o empresário disse que vai contratar profissionais do segmento de distribuição com capacidade e competência para administrar o negócio. Ele pretende ficar como somente nos conselhos das duas empresas.

A diretora-executiva da Thymos Energia, Thais Prandini,  explicou que o trabalho de recuperação da Amazonas e da Boa Vista vai ocorrer em varias frentes, e  inclui um  investimento grande inicial para melhorar, principalmente, a qualidade do serviço ao consumidor. Outra ponta é o combate às perdas, que é um dos grandes problemas das companhias.
Segundo a executiva,  haverá todo um planejamento para a modernização da rede que prevê a troca de  medidores, com o uso de equipamentos inteligentes. “O principio de toda essa  gestão vai se basear nisso. Deixar a empresa recuperar o dinheiro perdido e atender com qualidade todos os consumidores.”