O consumo de gás natural na indústria atingiu 28,02 milhões de m³/dia no primeiro mês do ano, crescimento de 3,1% na comparação com o mesmo período de 2018, quando chegou a 27,17 milhões de m³/dia. Os números fazem parte de levantamento estatístico da Abegás realizado com concessionárias em 18 estados da federação, o qual também aponta alta de 7,5% na comparação com a demanda no mês anterior.

Para o presidente executivo da Associação, Augusto Salomon, 2018 representou uma retomada gradual e consistente da indústria, em patamares acima da elevação do PIB. “Esse crescimento pode ser ainda maior se o país adotar medidas de curto e médio prazo que deem uma sinalização ao desenvolvimento da cadeia de gás natural”, comentou, ressaltando  que uma indução à produção por um gás mais competitivo irá alavancar a expansão da infraestrutura no país, garantido a geração de empregos e renda, além “da arrecadação de impostos e o pleno desenvolvimento econômico e social de que o Brasil tanto precisa”.

Salomon acredita que o novo governo terá o bom senso de não criar uma MP 579 no setor de gás, medida defendida por muitos segmentos que hoje reclamam do alto custo da energia. “Não podemos repetir os erros do passado. Estamos certos de que os governos estaduais e federal honrarão os contratos vigentes e assim teremos condições de desenvolver um mercado competitivo, com múltiplos fornecedores e, consequentemente, a efetivação do consumidor livre em todos estados da federação”, completou.

Em janeiro, o consumo total de gás natural chegou a 55,99 milhões de m³/dia, crescimento de 13,38% em relação a dezembro do ano passado, quando movimentou 49,38 de milhões de m³/dia e queda de 7,87% em relação a janeiro de 2018, resultado em função da queda do despacho térmico. Já o número de clientes que utilizam o combustível ultrapassou 3,5 milhões de clientes nesse primeiro mês de 2019.

Consumo por segmento

No setor automotivo, o GNV fechou janeiro com alta de 12,3% no comparativo com o mesmo mês do ano passado, e retração de 7,9% em relação ao mês anterior, motivada pela sazonalidade do período de férias em todo país.

No segmento residencial, a elevação nas temperaturas diminuiu uso de gás nos chuveiros, e, seguindo a sazonalidade do período de férias, a demanda apresentou retração 29,4% na comparação com dezembro e 13,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

No comércio houve alta de 9% na comparação com o ano passado, mostrando sinais mais concretos da melhora da economia nacional, embora o resultado também tenha sido afetado pelo período de férias, com ligeira retração de 2,4%, mesmo motivo da redução de 15% na cogeração. Na geração elétrica houve recuo de 26,9% na comparação com janeiro de 2018. Mas em relação a dezembro, foi registrado aumento de 48,2% no consumo das térmicas, passando de 10,8 milhões de m³/dia para 16,1 milhões de m³/dia em janeiro deste ano.

Quanto as regiões, os destaques ficam para as expansões de 30% no consumo residencial do Centro-Oeste e 71% do comercial no Norte, além dos crescimentos de 10,2%, 11,6% e 21,7% nas respectivas regiões Nordeste, Sudeste e Sul.