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Buscando ampliar seus projetos de eficiência energética, o Grupo Energisa anunciou que destinará cerca de R$ 230 milhões até o final de 2020 para iniciativas na área, através de quatro eixos principais de atuação: residencial de baixa renda, com o atendimento aos consumidores de baixo poder aquisitivo; iluminação pública, para eficientização e modernização de lâmpadas e luminárias dos municípios; poder público, com ações de troca de equipamentos e até sistemas fotovoltaicos em prédios oficiais ou hospitais; e por fim os projetos educacionais, um dos principais focos deste ano para a empresa, segundo informou a Coordenadora de Eficiência Energética do Grupo, Michele Almeida. “Temos estimulado crianças e adolescentes sobre o uso de energia elétrica de forma inteligente, com atividades que envolvem novas tecnologias e realidade virtual”, comentou.

Segundo ela, as ações de ensino e conscientização representam hoje 16% dos investimentos da companhia no segmento. Há espaços físicos para aulas destinadas a alunos tanto da rede pública quanto privada da Paraíba e do Mato Grosso do Sul, através de um circuito imersivo, com experimentos, atividades e tecnologias para ilustrar as informações e fomentar o conhecimento. A expectativa é ampliar a iniciativa para as subsidiárias no Tocantins, Mato Grosso, Sergipe e na região Sul Sudeste.

Outra ação importante é o Caminhão Nossa Energia, que visita desde 2015 diversas cidades das áreas de concessão para fazer o cadastro de clientes na Tarifa Social, trocar lâmpadas e ainda levar informação e diversão para famílias, virando uma sala de aula móvel. Michele também destaca uma recente parceria com a Fundação Dr Rubens Cunha, onde o veículo virou um consultório oftalmológico, atendendo crianças no interior da Paraíba e no Tocantins. “As crianças que precisavam de óculos receberam um gratuitamente”, complementa, afirmando que esses projetos voltados para os consumidores são os que a empresa consegue agregar mais valor às ações das equipes, com resultado tanto energético quanto social. “É muito bacana sentir que podemos fazer algo diferente na vida dessas pessoas”, disse.

Intimamente intercalado às ações educacionais está a atenção aos consumidores de baixa renda, que angariaram a maior parcela dos investimentos em eficiência da concessionária neste ano, com índice de 34%. Além das iniciativas clássicas e do escopo básico da legislação, como troca de geladeiras, lâmpadas e palestras, a Energisa buscou aproveitar sua capilaridade para fazer parcerias e formalizar o projeto Bem da Gente, destinado para que famílias gerem renda, através da capacitação de novos empreendedores.

“São bases onde realizamos cursos, orientações sobre práticas empresariais e mapeamento dos pequenos comerciantes e produtores, visando a capacitação dos profissionais e pensando no desenvolvimento econômico e social das localidades”, explica a coordenadora, citando também uma parceria com o Sebrae para auxílio a formatação de plano de negócios, captação de recursos e financiamentos, além do acompanhamentos dos clientes na Paraíba e Mato Grosso do Sul.

Complementam o quadro de aportes da empresa, a modernização e troca de iluminações muito defasadas nas cidades, com 25%, e os projetos ligados a substituição de aparelhos de ar condicionado, refrigeradores e instalação de sistema fotovoltaicos em telhados de edifícios públicos, com 12%, segmento que tem recebido uma maior atenção nos últimos anos para atualização dos ativos elétricos, primando pela qualidade e também economia de energia.

Quanto a discriminação dos investimentos pelas 11 subsidiárias da companhia, do montante de R$ 114 milhões aplicados neste ano, R$ 27,3 milhões irão para Mato Grosso, R$ 25,7 milhões para a recém adquirida Ceron, R$ 12,2 milhões no Mato Grosso do Sul, R$ 11,5 milhões para a Sul-Sudeste, R$ 9,3 milhões em Tocantins, R$ 8,8 milhões na Paraíba, R$ 8,5 milhões para Eletroacre, R$ 6,2 milhões em Sergipe, R$ 3 milhões em Minas Gerais, R$ 1,3 milhão na Borborema e por fim, R$ 600 mil para a unidade em Nova Friburgo.

Ao todo são 170 projetos em andamento, iniciados neste ano, e algo em torno de 260 projetos no pacote entre os últimos dois anos, com alguns sendo concluídos em 2018 e outros nesse segundo semestre,. Em 2018, o aporte aplicado foi de R$ 50 milhões, enquanto que no ano anterior foi registrado investimento de R$ 66 milhões.

Projeto piloto em Adamantina

Uma das iniciativas de destaque da concessionária propõe a redução do consumo de energia por meio da geração de adubo orgânico a partir do material proveniente da poda de árvores. A especialista explica que quando um produtor compra adubo ou fertilizante, existe um consumo energético em toda cadeia produtiva dessa matéria orgânica. Esse número de consumo foi levantado através de uma parceria com uma universidade do município de Adamantina (SP), no intuito de saber qual seria o consumo energético para produzir esse adubo a partir dos resíduos de podas de árvores.

“Esse delta de energia é o que garante a eficiência, usando um elemento com praticamente a mesma composição para a mesma aplicação, mas consumindo muito menos energia, além de dar uma destinação correta para esse tipo de resíduo”, pontua Michele. Ao final do projeto, o resultado, no caso o adubo, será doado para famílias agricultoras. A proposta foi aprovada em dezembro do ano passado e agora passa pelo processo de avaliação inicial na Aneel. Caso tenha sucesso, poderá ser implementado nas outras distribuidoras do Grupo.

Segundo a coordenadora, a compra do triturador e de equipamentos para auxiliar na compostagem e medição foi feita em março e contou com aproximadamente R$ 670 mil em recursos, valor que também abarca o pagamento das empresas que farão a poda, iniciada em julho. “Não é um projeto pesado para os benefícios que ele pode trazer”, comenta.

Caminhão visita cidades para levar informação e diversão para famílias, virando uma sala de aula móvel (foto: Energisa)

Estratégia de negócios

Sobre a evolução das propostas e atuação da companhia em eficiência energética nos últimos anos, Michelle afirma que antigamente havia direcionamento maior dos recursos para as chamadas comunidades de baixa renda, que já contou com marca de 60% obrigatórios ao segmento que menos consome. “Nos últimos anos houve uma reconfiguração na carteira de projetos, com o crescimento de iniciativas para o setor público, iluminação e serviços públicos”, destaca.

No entanto para a especialista a mudança maior é no posto de vista interno, em enxergar a eficiência energética como uma estratégia de negócios dentro da empresa e promovendo impacto positivo na vida dos clientes e a sociedade. “Quando o cliente é mais próspero ele consome melhor a energia e o meio ambiente agradece, num círculo virtuoso”, ressaltou.

Para ela, a percepção é de que o tema é cada vez mais sentido e debatido entre os clientes, comentário subsidiado pelo número de propostas que o Grupo tem recebido nas últimas chamadas públicas, que iniciaram em 2015, com 26 candidaturas. Em 2017 foram 61 projetos inscritos. No ano passado, 196. “Temos uma expectativa muito positiva para esse ano, algo entre 300 projetos”, revela. A chamada foi aberta no dia 15 de julho e encerra-se em 1º de novembro, ofertando R$ 60 milhões para execução das iniciativas a partir de 2020. “Há uma participação maior da sociedade em um assunto que não era conhecido ou tão relevante e que agora está tomando atenção. Quando abrimos uma chamada é como se perguntássemos: O que vocês precisam? E a partir daí avaliamos as propostas”, conta Michele.

Ela atribui esse crescimento na demanda dos projetos há um conjunto fatores: consciência da população, com a sensibilização do tema; uma linguagem mais fácil e aberta; além da conjuntura atual que vivemos, com dogmas de sustentabilidade para tudo. Outro ponto levantado pela coordenadora é uma mudança na legislação, que vem tornando o processo melhor e mais eficiente. “A Aneel vem fazendo um papel atuante nesse sentido”, salienta, citando também as distribuidoras, que buscam cada vez mais avançar no segmento, com muita informação e workshops para as chamadas, convidando clientes e interessados a tirarem dúvidas e debaterem ideias, num caminho que só tende a crescer.

Novas subsidiárias

Com a incorporação da Eletroacre e da Ceron, o método adotado pela Energisa para acelerar o processo de integração e até de absorver a cultura das novas empresas adquiridas foi deslocar profissionais para essas novas localidades para passarem cerca de 15 dias treinando e orientando as equipes da concessionária. As novas aquisições também já foram incluídas nas últimas chamadas públicas da empresa.

Almeida explica que essas unidades estão passando por um processo de “demanda reprimida”, visto estarem há muito tempo sem projetos na área. “Estamos levando as ações que já se encontram bem encaminhadas no Grupo para a partir de 2020 essas empresas já estarem totalmente integradas a nossa área de eficiência”, informa, dando como exemplo o caminhão multifuncional que dá aulas e palestras, troca de lâmpadas e geladeiras antigas por equipamentos mais modernos e eficientes e realizar o cadastramento no Tarifa Social para obtenção de descontos na conta de energia. “Começará em setembro, assim como a iluminação das cidades e prédios e edifícios do poder público”, anuncia, referindo-se às novas concessões.