A aprovação do novo marco do setor de gás natural pela Câmara dos Deputados foi considerada um excelente passo pelo presidente da Shell no Brasil, André Araújo. No webinar ‘Perspectivas para o setor de energia no Brasil’, realizado pela Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil, o executivo revelou que o PL conseguiu ter o apoio dos transportadores, produtores e grandes consumidores, após anos de discussão. “Encontraram um modelo que pudesse ser uma porta de entrada com uma perspectiva de competitividade”, afirmou.

Segundo o executivo, o Brasil precisa de termelétricas a gás para atender a demanda de energia em uma matriz energética cada vez mais renovável. “O papel do gás é crítico nessa discussão”, avisa. A Shell vem se aproximando do setor elétrico. A empresa participa da Joint Venture da UTE Marlim Azul, no Rio de Janeiro. O empreendimento vai ser abastecido com gás do pré-sal, sendo a primeira a conseguir essa condição. Para Araújo, a viabilização da usina foi possível graças a um aperfeiçoamento nos leilões que permitiu um projeto de gás com 50% de inflexibilidade e o gás já estar sendo escoado por uma estrutura já existente.

Há a necessidade de mais aperfeiçoamentos nos leilões de energia na visão do presidente do Shell, de modo que o insumo de novos campos possa servir a novos projetos. Ele dá como exemplo o projeto de Gato do Mato. Caso ela queira participar de um leilão de energia com uma UTE que receba o gás do campo, ela precisa mostrar ao regulador que já tem a reserva e a infraestrutura da usina. Mas ela como investidora, deve saber como vai ser ao acesso desse gás ao mercado para que possa fazer os investimentos que vão viabilizar a construção da infraestrutura. “É uma discussão de ovo e galinha. Precisamos do diálogo aberto”, avisa.

Firjan – Em comunicado à imprensa, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro definiu a aprovação do PL como fundamental para trazer segurança jurídica e destravar investimentos que promovam a ampliação deste mercado. A federação alerta ainda que o projeto precisa avançar no Senado Federal e na sanção presidencial. “A Firjan avalia como fundamental dar celeridade nessa reta final, de modo que o gás possa contribuir com uma recuperação mais célere da atividade econômica que permeie benefícios para seus vários setores”.