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Um dos conceitos que mais têm crescido nas empresas em âmbito global e mudado o direcionamento dos investimentos, o ESG [Enviromental, Social e Global] – que define os critérios de análise que os investidores usam para definir se vale a pena investir em um negócio – vê nos projetos de energia renovável um grande agente viabilizador no Brasil. Pela sua matriz renovável e forte inserção na matriz, as oportunidades local devem continuar crescendo.

A mudança de mentalidade toma forma para o setor elétrico quando os investidores ficam mais criteriosos nas suas decisões. A partir daí, os agentes desenvolvedores percebem que os ativos renováveis ficariam mais interessantes do ponto de vista do financiamento, pela adoção do critério ESG pelos investidores. “Começamos a ver um movimento grande de companhias tentando limpar a sua matriz e alguns desenvolvedores entendendo que apesar de ter uma taxa de retorno inicial menor para ativos renováveis, no médio e longo prazo os projetos poderiam conseguir financiamentos mais baratos”, explica Alexandre Americano, diretor da Mercurio Partners.

A abertura para projetos de geração de energia a partir de Resíduos Sólidos Urbanos em um leilão de energia desse ano é considerada por Americano como mais uma oportunidade para potencialização do ESG no Brasil. “O Brasil é muito fértil na quantidade de ativos que podem propiciar esse pedigree de ESG e existe uma oportunidade aí”, avisa Americano. Além da geração renovável, os biocombustíveis e o biogás são referências no país.

Segundo o executivo, o leilão de RSU dá a largada em um novo modelo de negócio, que soluciona o problema do lixo urbano e traz a geração para perto da carga. Para ele, a pulverização de projetos pequenos projetos deve ser um viés forte e quem conseguir um portfólio com escala vai ter êxito na fonte. “Você ainda não vê uma grande empresa de geração com um portfólio relevante de biogás”, observa.

Uma boa prática de ESG é a compensação de emissões mediante apoio de projetos de créditos de carbono, o que estimula a mitigação das mudanças climáticas. A evolução do mercado de créditos de carbono brasileiro é necessária na avaliação de Americano. Para ele, a criação de uma clearing house é fundamental, de modo que as negociações e certificações possam fluir com celeridade e credibilidade.

O financiamento atrelado a critérios de sustentabilidade, com o uso de green bonds, são mecanismos que empresas do setor vem buscando usar. A decisão do BNDES de não mais financiar térmicas a carvão é elogiada por Americano. Em janeiro do ano passado, a gestora de investimentos Blackrock anunciou que não vai mais investir em setores como a indústria de carvão e pretende redirecionar as ações para segmentos mais sustentáveis. “É uma questão de necessidade de capital, se ele começa ficar mais restritivo, não tem como o empreendedor fugir disso”, comenta.

O banco Itaú tem o fundo Itaú Index ESG Energia Limpa, que investe em empresas internacionais do setor de energia limpa, com variação cambial. Com acesso a mais de dez países, o fundo oferece uma diversificação de empresas que produzem energia solar, eólica ou outras fontes renováveis. As empresas do Brasil lideram na carteira do fundo, com 31,86% de participação.

A vitória de Joe Biden nas eleições para a presidência dos Estados Unidos e o retorno do país norte-americano ao Acordo de Paris trazem boas perspectivas para o ESG. Na última quarta-feira, 27 de janeiro, ele assinou um pacote de medidas para a crise climática. O plano segue a tendência de incentivos as energias limpas e fim de subsídios a combustíveis fósseis. Para o diretor da Mercurio, os planos de Biden são positivos para o Brasil nesta temática, mas o distanciamento na questão  entre os países devido ao posicionamento do Brasil pode ser um entrave.