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Após longo período apostando em um crescimento que ultrapassou as fronteiras do estado e se dividiu entre a aquisição do controle da Light, parcerias em empresas e participações em empreendimentos estruturantes, a Cemig iniciou um movimento de retorno às origens. O objetivo agora é concentrar os investimentos em atividades tradicionalmente exploradas pela companhia, prioritariamente em Minas Gerais, e acelerar o programa de desinvestimentos, com a venda de negócios nos quais a empresa tem participação minoritária ou o controle compartilhado.

A saída definitiva da Light em janeiro desse ano foi um passo importante na estratégia da estatal mineira de privilegiar as atividades de distribuição, transmissão e geração de energia elétrica no estado, além da comercialização centrada no atendimento ao varejo. A Cemig trabalha ainda em um plano de transformação digital para melhor atendimento a seus clientes.

Como os recursos são limitados, a atuação será direcionada às áreas em que a empresa tem maior competência, que é a prestação de serviços públicos, mantendo o controle da concessão. Na prática, isso significa, abandonar o modelo de “holding de participações” que, não funcionou e “destruiu muito valor”, explicou o diretor presidente da Cemig, Reynaldo Passanezzi, em entrevista à Agência CanalEnergia. “Vamos focar no que a gente sabe gerar valor, que são esses negócios tradicionais”, disse o executivo. Passanezzi assumiu a direção da companhia em janeiro do ano passado.

Mais de 50% dos recursos previstos no plano de negócios para os próximos anos serão aplicados na Cemig Distribuição, no que é considerado o maior programa de investimentos da história da companhia. O valor planejado para a distribuidora em um período de cinco anos passou de R$ 4,2 bilhões para R$ 6,4 bilhões. Isso dá cerca de R$ 1,6 bilhão por ano.

A transmissão tem orçamento anual da ordem de R$ 300 milhões para ser aplicado em reforços e melhorias em uma rede de 5 mil km de linhas, já bastante depreciada e amortizada. A participação em leilões de instalações da Rede Básica dentro do estado ou em outros locais onde exista alguma sinergia também será avaliada.

Na geração, a Cemig vai voltar a investir em projetos próprios de eólica e solar centralizada, preferencialmente em Minas Gerais. A empresa lançou chamada pública para contratação de energia eólica e tem vários projetos na área de geração fotovoltaica.

A Cemig GT e a comercializadora vão atuar basicamente no mercado livre de energia, com perspectiva de instalação de 1 GW em projetos próprios centralizados. Na parte de geração distribuída, a captação de negócios está a cargo da Cemig SIM, que trabalha na comercialização e compra projetos prontos de GD.

Desinvestimentos

A venda das ações restantes da Cemig na Light permitiu um alívio de caixa estimado pela empresa mineira em R$ 4,1 bilhões. O valor considera a receita obtida com a venda das ações, de cerca de R$ 1,4 bilhão, o aporte de R$ 1,6 bilhão que teria de ser feito se a Cemig tivesse acompanhado a capitalização do ano passado e a desse ano, e o credito tributário gerado com a venda do ativo. O valor equivale a quase 50% da base de remuneração regulatória da Cemig D, de R$ 8,9 bilhões.

A empresa ainda não sabe quando, mas pretende vender suas participações nas hidrelétricas de Belo Monte e Santo Antônio, na Taesa e na Aliança, na área de transmissão, e em empresas menores.

A Renova, que teve o plano de recuperação judicial aprovado no final de dezembro do ano passado, também está no planejamento de desinvestimento. A aprovação do processo é considerada uma vitória pelo executivo, porque devolveu a possibilidade de concluir empreendimentos que estão com 80% a 90% da obra pronta, além de mitigar o risco de falência da empresa. “ A Renova agora é mais fácil de vender”, acredita Passanezzi. “Os bancos aceitaram novas condições de renegociação da divida. Você tem uma chance muito grande de a empresa terminar efetivamente seu investimento e seguir operacional.”

Gasmig

Os planos para a Gasmig são diferentes do que está previsto para outras empresas controladas pela Cemig. A estatal não pode vender mais de 49% da distribuidora de gás, em razão de uma limitação constitucional. “Nosso plano é muito mais de governança, de IPO (oferta pública de ações), de fazer uma abertura de capital e listar a empresa. Deixá-la independente porque hoje ela é muito Cemig”, disse Passanezzi. A empresa tem um orçamento anual em torno de R$ 95 milhões.