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Dez anos após ser adquirida pela Equatorial do Grupo Rede, a Celpa – hoje Equatorial Pará – conseguiu vencer desafios e se prepara para o futuro, Em entrevista à Agência CanalEnergia, o presidente da concessionária, Marcos Almeida, contou sobre a complexidade da concessão, que ao mesmo tempo reúne rios, floresta e a metrópole, afetando a logística. “Quando nós precisamos expandir ou atender qualquer demanda do sistema, é muito mais demorado pela dificuldade de logística, de acesso, muitas vezes é pântano, muito difícil”, explica.

Quando a Equatorial comprou a Celpa por R$1, o grupo detinha apena a concessão da Cemar. Nos últimos anos, vieram Cepisa, Ceal, CEEE-D e CEA. Segundo Almeida, apesar de cada concessão ter as suas especificidades que muitas vezes determinam seus próprios modelos, houve uma curva de aprendizado que ajudou o grupo nas aquisições posteriores. Para ele, o conhecimento técnico aliado ao aperfeiçoamento do método de trabalho é algo que o Pará conseguiu transmitir para o Grupo. “Todo esse aprendizado que a gente vai fazendo de uma concessão pra outra vai ganhando o valor, vai se transformando em melhorias”, reconhece.

A rede do Pará operava no limite. Dentre os investimentos mais importantes que Almeida cita está o da interligação da ilha do Marajó, um desejo de 50 anos da população local de ter um fornecimento firme de energia. A Equatorial implantou 17 quilômetros em cabos subaquáticos, além de fibra ótica para que os moradores tivessem internet. “Demos uma melhoria substancial para a população que interligamos”, relembra.

Marcos Almeida, da Equatorial Pará: R$ 8 bilhões investidos, concessão complexa e ganho de aprendizado

Almeida explica que a entrada do Grupo Equatorial também foi benéfica para a distribuidora. Segundo ele, as regiões Oeste e Centro estavam com limitações que dificultavam o desenvolvimento da economia. “Nos leilões de transmissão, os lotes davam vazio. Ninguém queria construir no Pará, por causa da logística, dos problemas ambientais e da dificuldade de construir. A Equatorial conseguiu de fato em tempo recorde resolver o problema da região centro e da região oeste”. comenta. O segundo circuito para a região metropolitana de Belém também foi lembrado por ele. “Se a gente não tivesse feito isso, possivelmente a partir de 2023 teríamos estrangulamento no atendimento da região metropolitana”, salienta.

Outro dado que o executivo destaca é a expansão do número de unidades consumidoras da distribuidora. Criada em 1960, eram 1,6 milhão até 2012. A partir daí , foram agregadas mais 1,3 milhão de consumidores e hoje são 2,9 milhões, um crescimento de 82%, impulsionado por programas de universalização de energia como o Luz para Todos, com mais de 460 mil ligações, e Mais Luz na Amazônia. “[Isso] mostra o quanto esse estado estava estrangulado no atendimento da demanda, que estava totalmente reprimida. A pujança do estado mostra o que foi o nosso desafio fazer em 10 anos praticamente o que quase 50 anos para executar”, aponta.

No estado, a região Sul é uma das que mais apresentam crescimento, por conta das atividades de mineração e siderurgia. Um ponto de suprimento de geração a diesel no sul do Pará era Santana do Araguaia, mas que já foi interligado ao sistema e pode intensificar a agropecuária.

Hoje a área de concessão da Equatorial Pará ainda possui 17 sistemas isolados, o que reflete a complexidade da concessão que o executivo revela. Almeida conta que há cidades em que para levar a energia, é preciso atravessar florestas preservadas, o que acaba inviabilizando a conexão e justificando o sistema isolado. O estado vive uma espécie de paradoxo, por possuir duas grandes hidrelétricas – Tucuruí ( 8.370 MW) e Belo Monte (11.233 MW) -, mas pela sua área diferenciada, não consegue repartir essa energia e o acesso para todas as cidades. A distribuidora conta com o Programa Mais Luz para a Amazônia para conectar mais sistemas.

As novas tecnologias para a distribuição já estão auxiliando a Equatorial. A adoção da geração fotovoltaica, baterias, automação, armazenamento e mobilidade elétrica serão cruciais para distribuir energia e preservar o meio ambiente paraense. Em junho deste ano, foi inaugurado um posto elétrico para carregamento de veículos de forma gratuita à população, no Porto Futuro, em Belém. No eletroposto é possível carregar até dois carros elétricos ao mesmo tempo motos, patinetes e uma estação de dez bicicletas elétricas, utilizando como fonte de alimentação a energia solar.

Eletroposto na capital Belém: novas tecnologias na área de concessão

Para 2023, a meta é de mais entregas. Alter do Chão, que tem despontado no turismo ecológico, vai receber uma nova Subestação para o atendimento da região. A SE Batista Campos, digitalizada, será outra entrega, assim como as novas ligações do PLPT e do Mais Luz para a Amazônia.

No terceiro trimestre deste ano, o DEC (minutos de interrupção) da Equatorial Pará ficou em 19,9 minutos, abaixo do regulatório de 24,5 minutos. O FEC (frequência de interrupções) chegou a 10 vezes, também inferior ao estabelecido pelo regulador, de 19,1 vezes. Nas perdas não técnicas na baixa tensão, o percentual no trimestre ficou em 33,4%, pouco acima do permitido, de 32%. O lucro líquido ajustado registrado no terceiro trimestre é de R$ 399 milhões, enquanto no acumulado do ano, é de R$ 1,1 bilhão.