Em evento virtual realizado nesta quarta-feira, 7 de dezembro, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica deu a largada no processo de certificação de hidrogênio. Na abertura do evento, o presidente do conselho de Administração da CCEE, Rui Altieri, ressaltou esforço dos profissionais envolvidos na empreitada e revelou que a Câmara é tida como referência internacional na certificação. A intenção é que ao longo de 2023 o projeto piloto para certificação de hidrogênio desenvolva um produto para a certificação. No site da CCEE, na aba ‘Mercados’, há um link para certificação com mais detalhes para acesso.

“Isso está alinhado com o nosso propósito de desenvolvimento de mercados eficientes, inovadores e sustentáveis”, explica Altieri. Ainda de acordo com ele, a certificação é fundamental para motivar a confiança dos investidores para o hidrogênio, considerado o combustível da transição energética.

Dolf Gelen, líder das atividades de hidrogênio no Banco Mundial, participou do evento e lembrou que o momento é ideal para o tema. Para Gelen, será desafiador desenvolver um sistema rigoroso de certificação. “Precisamos ter certeza de que a energia que seja consumida tanto da parte hídrica quanto da eletrólise seja renovável”, aponta.

Gelen conta que muitos países estão desenvolvendo suas estratégias de H2 e é preciso uma solução para os setores em que a descarbonização é mais difícil, como aviação e transporte marítimo. Hoje, a produção de hidrogênio é de 100 milhões de toneladas por ano e 98% da produção vem direto de combustíveis fósseis. apenas 1% é o hidrogênio azul e 1% restante é o H2 verde.

Ricardo Gedra, Gerente de Análise e Informações ao Mercado da CCEE, frisou que já há interesse de empresas pela certificação da CCCEE no H2 e que o energético é usado há muito tempo em escala comercial, como nos dirigíveis. “Conhecer e utilizar o hidrogênio não é uma novidade”, avisa. A certificação aparece como responsável para assegurar a origem da produção do insumo, o baixo carbono. Gedra salientou ainda o plano PNH2, do Governo Federal e os diversos acordos assinado no país. “No exterior, temos inciativas com o Repower EU, da União Europeia, e o IRA , dos EUA, que promovem o hidrogênio”.

A versão inicial certifica a produção do hidrogênio e deve avançar para derivados como a amônia. A rota de produção da versão inicial será pela eletrólise, mas no futuro envolverá biogás, biomassa e os hidrogênios azul e turquesa. As emissões da primeira versão serão associadas ao consumo de energia (GHG protocol), enquanto no futuro será o escopo 1 do GHG protocol. Ainda no início, a entrega do certificado será em documento PDF, mas deverá evoluir para um Token em block chain.