O armazenamento de energia hoje é a chave para a transição energética global e do Brasil. Segundo a vice-coordenadora do grupo de trabalho de armazenamento da Absolar, Mariana Galhardo, a projeção mundial de armazenamento para 2024 é de 287 GW e para 2030 é de cerca de 1.432 GW.

A executiva destacou durante evento organizado pela Absolar nesta quarta-feira, 03 de abril, que as principais aplicações são na redução no uso de fontes fósseis nos sistemas isolados da Amazônia, reserva de capacidade e flexibilidade para o sistema elétrico nacional e a expansão otimizada das redes de distribuição e transmissão. Entre os benefícios, Mariana citou durante a sua apresentação o mercado de trabalho, pois cada MW instalado gera cerca de 16 empregos. “A capacidade industrial dos sistemas de armazenamento contribui para a redução do preço de energia. Uma redução de 10% elevaria o PIB brasileiro em 0,45%”, explicou. Ela ainda afirmou que seria possível contribuir com a descarbonização da Amazônia.

De acordo com a executiva, o armazenamento de energia contribuirá com a política industrial, desenvolvendo uma cadeia produtiva nacional competitiva.

Entre os países, Mariana citou os Estados Unidos, que possui uma forte demanda por sistemas atrás do medidor, principalmente na Califórnia. Ela também afirmou que vários estados por lá estimulam a implantação de usinas hibridas e promulgam metas. Já na China, eles facilitam o despacho de usinas FV de grande porte e demais fontes renováveis. “Na Alemanha, cerca de 60% das novas instalações fotovoltaicas abaixo de 30Kwp incorporam baterias”, disse. No Brasil, a executiva destacou como as principais aplicações: off-grid, na frente e atrás do medidor.

Já o diretor da Greener, Marcio Takata, destacou que as aplicações de energia renováveis vêm sendo usadas juntamente com o armazenamento. “Um exemplo é a China que vem investindo fortemente em renováveis e armazenamento. Já na Coreia do Sul, que possui uma população menor que a do Brasil, tem uma participação melhor, incentivados por programas públicos”, pontuou.

Takata ainda afirmou que aqui no Brasil ainda existem milhões de pessoas sem acesso a energia, principalmente na região Amazônica. “A solar junto com o armazenamento tem sido um caminho importante para garantir energia a esses consumidores. Esse é um modelo de negócios importante e que precisa ser incentivado aqui no nosso país”, explicou. Ele ainda disse que o armazenamento de energia tem um papel importante para trazer confiança e confiabilidade.