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Mesmo vivendo um cenário de sobreoferta e outros desafios, a média do custo de implantação e produção de energia renovável eólica e fotovoltaica no Brasil está próxima de US$ 25/MWh, enquanto a global representa cerca do dobro desse valor, podendo atingir mais de US$ 50/MWh. As informações foram confirmadas pela diretora de Financiamento do Mercado de Capitais para Infraestrutura, Transição Energética e Mudanças Climáticas do BNDES, Luciana Costa.

“A agenda não é de ruptura, mas de transição para algumas tecnologias que estão mais caras momentaneamente, mas que a partir da maior escalabilidade diminuirão de preço”, comentou a executiva nessa quarta-feira, 28 de maio, durante evento sobre financiamento para a transição energética organizado pela Apimec Brasil no auditório do BNDES, no Rio de Janeiro.

Luciana cita que atualmente o hidrogênio cinza, com origem do gás natural, e o próprio gás, são elementos que atualmente justificam seus usos a partir de uma melhor precificação em relação ao H2 verde e o biometano. E que junto ao Canadá, China e Austrália, o Brasil está muito bem-posicionado com relação aos minerais considerados críticos e estratégicos para o movimento de transição que todo mundo deverá passar. Inclusive com uma carteira de R$ 5 bilhões aprovados nesse ano ao segmento.

“Brasil vai suportar pelo menos 15% dos créditos de carbono do mundo”, acrescenta a diretora, ressaltando a iniciativa junto à Petrobras que estruturou nesse ano um programa para aquisição e comercialização dos títulos que indicam a redução de uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) equivalente da atmosfera.

Em entrevista ao CanalEnergia ao final de sua participação no primeiro painel do evento, Luciana destacou que o desafio de acelerar a transição exige que o país evolua em sua regulamentação, com avanços sendo esperados do Ministério de Minas e Energia para escalar mais rápido as novas tecnologias em um mundo que será cada vez mais intensivo em energia, sobretudo quando se fala no advento da Inteligência Artificial e dos Data Centers.

“Não podemos prescindir dos combustíveis fósseis gerando insegurança energética, com o debate sendo também em acelerar essa produção”, comenta, pontuando que o maior financiador de energia renovável do mundo está atualmente muito focado em projetos envolvendo combustíveis sustentáveis de aviação, biometano, hidrogênio renovável e a questão da eficiência energética, citando novidades como uma recente transação envolvendo medidores inteligentes para a CPFL Energia.

Combustíveis sustentáveis de aviação, biometano, hidrogênio renovável e projetos de eficiência energética constituem o foco atual de novas tecnologias na carteira do BNDES (Jaqueline Machado)

Questionada sobre uma possível perda de entusiasmo do H2 devido a não redução de custo que era esperada pelo mercado, a executiva pondera que o vetor energético será muito necessário para o movimento de transição, sobretudo nas indústrias de difícil abatimento. “O custo elevado é algo que só atrasou um pouco”, avalia, acrescentando que projetos de baterias também poderão constar na carteira do banco em 2025. Entre os últimos aportes liberados pelo BNDES, constam novas linhas de transmissão, aerogeradores, solar, mitigação às mudanças climáticas, biogás, etanol de segunda geração e até carros elétricos voadores.

Petrobras sem meta para emissões indiretas

Pelo lado da Petrobras, a gerente de Gestão do Portfólio e Resultados em Carbono e Emissões, Fernanda Diniz, ressaltou em sua apresentação que a companhia trabalha com uma perspectiva de aumento na produção do óleo até 2032, sobretudo com a revitalização do pré-sal, mas também busca desenvolver novas fronteiras já que essa produção deve cair naturalmente pelo amadurecimento dos campos de produção antes que aconteça a inflexão gradual esperada pelo ritmo da transição energética.

Quanto as metas intermediárias de descarbonização relativa aos escopos 1 e 2, a gerente indica que o objetivo de redução de 30% das emissões até 2030 na comparação com 2015 abrange todas as atividades da petroleira, como na descarbonização do H2 em refinarias através de energia solar. E buscando uma diversificação rentável quando se fala no escopo 3, de emissões indiretas, e que não possui uma meta no atual planejamento da companhia, que vai até 2029.

Nessa visão de longo prazo, Fernanda ressalta que novos projetos resilientes e maduros estão sendo avaliados dentro de uma carteira de aproximadamente US$ 11 bilhões voltados para a transição energética, principalmente em ativos eólicos, solares, de H2, CCUS (captura, uso e armazenamento de carbono), além de bioprodutos. “Isso vai demorar um tempo para desenvolver e colocar de pé, devido a uma governança extremamente rigorosa no bom sentido”, conclui a executiva.

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