Olá, esse é um conteúdo exclusivo destinado aos nossos assinantes
Cadastre-se GRATUITAMENTE ou faça seu LOGIN e tenha acesso:
Até 5 conteúdos
fechados por mês
Ficar por dentro dos cursos e
eventos do CanalEnergia
Receber nossas newsletters e
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Notícias abertas CanalEnergia
ou
Já sou cadastrado,

A agência de classificação de risco Fitch Ratings avalia que as reformas propostas pelo governo brasileiro para o setor elétrico dadas na MP 1300 podem melhorar o equilíbrio do mercado a longo prazo e levar a preços de energia mais sustentáveis. Esse comportamento pode trazer mudanças positivas para o setor elétrico. Cortes de subsídios podem afetar negativamente os lucros das geradoras no curto prazo. Mas, a Fitch espera que o impacto seja modesto.

“O potencial impacto negativo de curto prazo sobre os preços da energia renovável não contratada dessas empresas é compensado pelas perspectivas de longo prazo de tarifas mais sustentáveis ​​para consumidores cativos”, analisa.

Em relatório, a Fitch considera que a suspensão dos subsídios em novos contratos assinados após 31/12/2025 pode reduzir o prêmio de R$ 30/MWh da energia renovável em relação ao preço da energia convencional. Mas que os emissores com classificação Fitch teriam exposição limitada, pois possuem receitas altamente contratadas, como é o caso da Auren (BB+/Estável) e da Serena Geração (AA(bra)/Estável), ou são menos dependentes de renováveis ​​incentivadas, como a Eletrobras (BB-/Estável) e a Engie Brasil (BB+/Estável).

“As geradoras podem responder aos preços potencialmente mais baixos reduzindo ainda mais os investimentos em energia renovável, mesmo que as taxas de juros caiam. Isso poderia ajudar a equilibrar o mercado elétrico brasileiro, que atualmente está com um excesso de oferta de cerca de 30%”, argumenta a Fitch. “Espera-se que a adição de novas capacidades diminua a partir de 2025, mas ainda há 40 GW (15% da base instalada atual) em desenvolvimento até 2029, principalmente de GD. O consumo de eletricidade, por outro lado, deve crescer cerca de 1,4x o PIB nos próximos anos, em comparação com 3,2x na última década”, relata.

Outra consequência que a Fitch relaciona à MP é que as geradoras também podem se apressar para fechar contratos com prazos mais longos do que os habituais de três a cinco anos para garantir melhores preços. Caso esse movimento aconteça, poderá levar a níveis de contratação excessivamente ótimos e exposição a riscos hidrológicos e de restrição. Assim, aquelas geradoras com base de ativos diversificada por fonte de energia e localização terão mais flexibilidade.

As projeções da Fitch para os preços de comercialização de energias renováveis ​​para 2027-2029 continuam abaixo dos níveis de equilíbrio para projetos eólicos e solares centralizados, patamar estimado entre R$ 230/MWh a R$ 270/MWh, em termos reais de 2025.

E ainda lembra que o aumento do corte de energia também está desestimulando investimentos em projetos renováveis ​​centralizados. “O corte aumentou significativamente no primeiro trimestre de 2025 devido à expansão da capacidade da GD, maior intensidade eólica e eventos específicos na rede de transmissão, e pode piorar se o Congresso mantiver a exigência de que o sistema contrate 4 GW de energia térmica inflexível”, ressaltou a Fitch, que destacou ainda que o corte de energia reduziu a geração eólica e solar em cerca de 10% em relação ao ano anterior nos doze meses encerrados em março de 2025, e menos de 20% dos cortes foram compensados. Em sua análise esse fator pode reduzir o EBITDA de geradoras como Auren, Engie Brasil e Serena Geração em 3% a 7% nos próximos anos.

Os efeitos para os clientes cativos das distribuidoras passam pela limitação do crescimento potencial insustentável das tarifas, à medida que os consumidores de baixa tensão migram para o mercado livre. Reforça que os subsídios para energias renováveis ​​e GD são componentes significativos nas tarifas residenciais, representando 9% do seu valor ou 64% de todos os subsídios que constam da conta.

Além disso, o aumento do apoio aos consumidores de baixa renda pode reduzir as perdas de energia e a inadimplência. E ainda, que a migração em curso para um mercado totalmente liberalizado até 2027 também pode incentivar as distribuidoras a mudar seu regime tarifário de teto de preço para teto de receita, o que reduziria ligeiramente a volatilidade do fluxo de caixa.

Leia mais:

Distribuidoras poderão mudar regime de contrato, aponta Aneel

Cemig deverá ter sistema de gestão da GD em 2026

CDE pode ter parcela da tarifa social da MP cobrada apenas em 2026

Aneel aguarda por MP para avaliar se contratos devem mudar

 

Mercado livre para todos, agora vai?