O governo de São Paulo estima que uma importante etapa do processo que pretende levantar uma termelétrica de 1,5 GW na zona sul de São Paulo deverá ser concluída em julho. A definição do projeto básico e os valores que cada empresa deverá aportar nesse projeto está em andamento e sua definição indicará a participação das empresas vencedoras da chamada pública no capital social do empreendimento.

A Sociedade de Propósito Específico contará com a Emae, AES Tietê Energia e o consórcio formado pela Siemens e Gasen. A assinatura do acordo ocorreu no final de março e a previsão inicial era a de que a usina planejada para ser construída no terreno que a Emae possui no bairro de Pedreira – onde estão a sede da empresa e também da outra estatal, a Cesp – entrasse no leilão A-5 de 2017.
“Até julho deveremos ter concluída a parte que representa a base do projeto executivo para termos os valores a serem empregados no projeto e aí determinar a participação de capital de cada um dos sócios”, afirmou o secretário de Energia de São Paulo, João Carlos Meirelles. “Em paralelo a parte ambiental está sendo trabalhada junto à Cetesb”, acrescentou.
Meirelles destacou que depois desse projeto novos interessados manifestarem para investir em projetos térmicos, mas sem citar nomes de empresas. Contudo, para que essa intenção de investimentos saiam do papel, a questão da disponibilidade do gás á fundamental. Ele aproveitou o encontro que teve nesta sexta-feira, 10 de junho, com o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, para expressar a necessidade de se resolver a questão da disponibilidade do insumo, ainda mais porque o país precisará de uma fonte que possa agregar mais segurança no fornecimento.
Dentre os pontos que estão em aberto, ele citou a tributária para o swap de gás, medida aprovada e regulamentada pela ANP em fevereiro. Em sua avaliação, a indefinição desse tratamento tributário poderá criar um grande problema para o processo de venda dos terminais de regaseificação e das térmicas da Petrobras se não for definido. Mas lembrou que o tema está em discussão na secretaria da Fazenda do estado e a partir daí no Confaz, comitê que reúne todos os secretários estaduais dessa pasta no país.
O investimento em gás, comentou o secretário, é fundamental para atrelar a segurança ao sistema. E exemplificou essa necessidade por conta dos fenômenos climáticos que afetaram o sistema de transmissão no interior paulista que derrubaram linhas de transmissão da Cteep e de Furnas. Segundo o executivo, uma das medidas de manejo da carga que possibilitaram a manutenção do fornecimento de energia foi o aumento do despacho de energia da UHE Henry Borden de um volume de pouco mais de 30 MW para 890 MW, sua potência nominal.
“Esses eventos extremos expõem a dependência do país dessas linhas que trazem a energia de longe. E que por essa razão o governo precisa promover a inserção de novos fatores de produção, como o gás, que é importante para a segurança energética”, avaliou o secretário. Até porque, continuou, o Brasil precisará de energia com a recuperação da economia. A estimativa dele é de que em 2017 e 2018 tenhamos a retomada do consumo que deverá utilizar essa energia que está sobrando no setor elétrico e exigirá um bloco grande do insumo a partir de 2019 e 2020, o que mostra a necessidade de termos segurança de fornecimento.