A PSR concluiu em janeiro um trabalho realizado para o Banco Interamericano de Desenvolvimento com recomendações sobre medidas regulatórias e de política energética orientadas ao desenvolvimento das redes inteligentes na Colômbia. O escopo do trabalho incluiu, entre outras atividades, uma revisão da experiência internacional de casos relevantes para a Colômbia; um diagnóstico do atual marco regulatório e de políticas públicas, incluindo a identificação de barreiras e oportunidades de melhora; e recomendações para um plano de adaptação do marco setorial para assegurar um ambiente adequado para o desenvolvimento das redes inteligentes no país latino-americano.

De acordo com o diretor da PSR, Luiz Barroso, as soluções de redes inteligentes tem grande potencial para auxiliar a Colômbia em objetivos estratégicos diversos. A automação da rede de distribuição e os sistemas de medição avançados são vistos como ativos importantes na busca de melhoria de eficiência operacional – com aumento de confiabilidade e redução de perdas, principalmente as não-técnicas. Ainda segundo ele, o país, cujo setor elétrico predominante hidrelétrico enfrenta agora as consequências de um El Niño severo, vê na geração solar distribuída uma das possibilidades de diversificação da matriz.

As análises da PSR se referiram às diversas atividades da cadeia de valor do setor elétrico colombiano, da geração até a comercialização. Na Colômbia, esta última atividade é separada da atividade de expansão e operação de redes de distribuição. As recomendações versaram sobre áreas como a incentivos para a implantação de tecnologias e soluções de redes inteligentes por agentes regulados e não regulados, a adequação e o tratamento de riscos de remuneração percebidos por distribuidoras, a inovação em modelos de negócio no setor elétrico, e até mesmo itens relacionados ao financiamento para investimentos.

Rafael Ferreira, gerente de projetos na PSR, complementa que a Colômbia tenha recentemente emitido legislação com diretivas importantes, é necessária uma atividade regulatória significativa para adaptar o marco do setor elétrico ao desenvolvimento das redes e garantir que o desenvolvimento tecnológico se traduza em maior eficiência no setor, com alocação ótima de benefícios, custos e riscos. Para ele, o ponto positivo para a Colômbia é que tanto instituições públicas como associações setoriais percebem claramente a necessidade destas mudanças, ainda que se verifiquem divergências sobre pontos específicos de sua implantação.

Os resultados do trabalho foram apresentados no último dia 2 de fevereiro em Bogotá no evento Smart Grid Visión 2030, organizado pelo BID e por instituições governamentais dos setores de energia e de telecomunicações da Colômbia. O evento contou também com a presença de associações setoriais e do regulador de eletricidade e gás daquele país. Os relatórios serão futuramente publicamos no website da Unidade de Planejamento Mineiro-Energética, órgão de planejamento subordinado ao Ministério de Minas e Energia da Colômbia.