O rio Xingu voltou ao seu curso central na última terça-feira, 4 de agosto, na região de Pimental, em Altamira (PA). Foram abertos os vãos (comportas acionada hidraulicamente) do vertedouro da usina complementar de Belo Monte, localizada no Sítio Pimental, para dar vazão natural das águas do rio Xingu pelo leito original, por onde suas águas vão continuar passando de forma permanente, mantendo a vazão para garantir a vida aquática e navegação no trecho da Volta Grande do Xingu.

Isto significa que a vazão do rio para a jusante será mantida, com o mínimo de 700 metros cúbicos por segundo no mês de setembro, variando mensalmente para valores superiores conforme estabelecido no processo de licenciamento da usina, em acordo com a Agência Nacional de Águas e o Ibama. A vazão mínima citada corresponde a uma vazão acima daquelas já registradas no histórico de ocorrências durante o verão. Assim, estão mantidas tanto a navegabilidade como a produção de pescado na área. O leito do rio havia sido desviado para o canal direito, durante a construção da casa de força complementar e do vertedouro em Pimental. Atualmente, com a conclusão destas obras, a área que havia sido isolada do leito do rio já pode novamente receber as águas.

No local, estão em execução as operações de desvio de segunda fase, nas quais o fluxo de águas do rio Xingu foi devolvido ao canal central, deixando de passar pelo estrangulamento, que corresponde ao canal direito. Na primeira fase, a parte do leito do rio entre a margem esquerda e a Ilha da Serra havia sido isolada, por meio da construção de ensecadeiras, uma rio acima e outra rio abaixo separadas por cerca de 500 metros, criando compartimentos estanques a montante e a jusante.

O Desvio de Segunda Fase consiste no fechamento simultâneo do vão entre a Ilha da Serra e a margem direita do Xingu, revertendo todo o fluxo do rio para a área central de seu leito, onde anteriormente foram criados os dois compartimentos estanques. Os 18 vãos do vertedouro na barragem do Sítio Pimental têm capacidade de vazão de até 62 mil m³/segundo. O volume, que corresponde à previsão de uma cheia decamilenar, é praticamente o dobro da vazão máxima registrada no Xingu, de 32 mil m³/segundo, em cerca de mais de 30 anos.